Entre janeiro e abril de 2025, as exportações de milho em Minas Gerais atingiram US$ 32 milhões e 105 mil toneladas, o que significa um aumento de 34% no valor e 573% no volume em relação ao mesmo período de 2024. Os dados são de um levantamento da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). Embora tenha sido um crescimento expressivo, trata-se de um volume de exportações ainda pequeno em relação à produção total do milho no Estado, o que significa que não deve haver impactos relevantes ao consumo interno e ao preço.
Minas Gerais é, em sua essência, um Estado altamente consumidor de milho, principalmente por causa da pecuária, que demanda o grão na produção de ração para os animais. Por esse motivo, a exportação de milho não é muito forte, e a maior parte da produção é consumida dentro do próprio Estado. Para se ter uma ideia, das exportações mineiras totais (somando todos os produtos exportados por MG), que foram de US$ 8,3 bilhões de janeiro a maio, o valor do milho representou só 0,3%.
Segundo o secretário-adjunto da Secretaria de Estado de Agricultura, João Ricardo Albanez, o volume exportado neste ano representa 1,5% da produção mineira de milho. “Como nós exportamos um volume pequeno, ele aumentou de uma forma que, percentualmente, foi muito grande, mas representa pouco sobre o que nós produzimos. Ou seja, não quer dizer que isso é um volume que vai impactar o consumo interno”, pondera. Neste ano, a expectativa é colher 6,8 milhões de toneladas de milho em Minas Gerais. Em 2024 foram 6,6 milhões de toneladas.
Já olhando para o crescimento da exportação isoladamente, conforme Albanez, isso pode ser consequência da demanda relacionada a questões tarifárias entre Brasil e Estados Unidos. “Isso estimulou a procura por vendas de milho também em Minas Gerais”, comenta. Para se ter uma ideia da participação de Minas nas exportações de milho no Brasil, o país exporta 6,1 milhões de toneladas, e Minas representa menos de 2% desse valor.
Dependendo da apresentação, o milho pode ser considerado legume (espiga), cereal (milho para ração) ou semente (para plantar), além de também ser matéria-prima para óleo. Quando se trata de exportação, a forma principal é em cereal, que também é a forma mais consumida em Minas.