Fazer “bicos” para buscar renda extra é a realidade de mais da metade dos brasileiros. De acordo com estudo da Ipsos-Ipec, 56% dos brasileiros precisaram buscar atividades extras para complementar a renda nos últimos 12 meses. A maior parte desses trabalhos foram serviços informais.
A pesquisa “Viver nas cidades: desigualdades e mobilidade social” aponta que as atividades extras mais procuradas como complementação de renda foram, entre outras, bico de serviços gerais (faxina, 'marido de aluguel' etc.), venda de roupas e outros artigos usados, produção de alimentos em casa (bolos, pães, doces etc.), revenda de cosméticos ou produtos de beleza e motorista por aplicativo (Uber, 99, Ifood, Rappi etc.). Veja a lista completa no fim da matéria.
Apesar desse cenário, mais da metade dos entrevistados (57%) afirma ter aumentado ou estabilizado a renda familiar nos últimos 12 meses. Dos que aumentaram a renda familiar (17%), a maioria recebe acima de cinco salários mínimos, tem entre 25 e 34 anos e ensino superior completo. Já 34% afirmam que a renda diminuiu nesse período. Desses, a maioria (42%) declarou renda familiar de até dois salários mínimos e faixa de 45 a 59 anos (41%).
A pesquisa entrevistou, de forma online, 3.500 pessoas residentes em Manaus (AM), Belém (PA), Fortaleza (CE), Recife (PE), Salvador (BA), Belo Horizonte, Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Porto Alegre (RS) e Goiânia (GO).
Percepção de pobreza
A maioria dos entrevistados também mostra uma percepção de que a pobreza aumentou bastante nos últimos 12 meses. Pelo menos dois terços dos internautas (66%) das cidades
pesquisadas percebem aumento do número de pessoas em situação de fome e pobreza. Para quatro em cada dez, esse número aumentou muito.
Além disso, três a cada quatro entrevistados acreditam que a criação de políticas de garantia de emprego seria a principal medida a ser adotada pelas administrações municipais para resolver essa situação.
Outro ponto levantado na pesquisa é o tipo de item que mais impacta o orçamento das famílias. Nesse sentido, a alimentação é apontada por oito em cada dez internautas como o item de maior impacto. Já os gastos com saúde e moradia aparecem em um segundo patamar. Veja lista no fim da matéria.
Confira as atividades extras mais exercidas nos últimos 12 meses:
17% - Fazer bico de serviços gerais (faxina, manutenção, reformas, jardinagem, 'marido de aluguel', etc.)
12% - Vender roupas e outros artigos usados
9% - Produzir alimentos em casa para vender (bolos, pães, doces, refeições, etc.)
8% - Revender cosméticos ou produtos de beleza
7% - Atuar como motorista e/ou realizar entregas por aplicativo (Uber, 99, Ifood, Rappi e etc.)
7% - Fazer trabalhos manuais (bijuterias, artesanatos, etc)
7% - Fazer bico de serviços de beleza (cabeleireiro, barbeiro, manicure, depilação, entre outros)
5% - Trabalhar como vendedor ambulante/ camelô
5% - Trabalhar como babá/ cuidar de crianças
4% - Dar aula particular/ aula de reforço
4% - Cuidar de idosos
3% - Atuar como segurança em estabelecimentos comerciais
3% - Passear com cachorros, animais de estimação
2% - Oferecer hospedagem para animais de estimação
1% - Fazer Freelancer/ trabalhos autônomos na sua área de atuação (consultoria, IR, transcrever textos, etc)
1% - Renda por meio de aplicativos de internet em geral (apps de tarefas, apps de renda extra, etc)
1% - Trabalhar em festas e eventos (animador, música ao vivo, bartender, garçom/garçonete, buffet, festas infantis, karaokê)
1% - Participar de pesquisas remuneradas, cliente oculto ou eventos promocionais
1% - Outras atividades
Itens que mais pesam no orçamento familiar, segundo os participantes da pesquisa:
84% - Alimentação
57% - Saúde (remédios, exames, convênio, etc.)
55% - Moradia (aluguel, condomínio, prestação de financiamento, etc.)
33% - Transporte (passagem, combustível, estacionamento, etc.)
19% - Educação (mensalidade escolar, livros, uniformes, material escolar, etc.)
17% - Lazer
15% - Vestuário
5% - Não sabe