Em apenas um ano, o nível dos principais reservatórios de Minas Gerais baixou até quatro vezes. De julho de 2013 até nessa quinta, o volume de Três Marias baixou de 43% para 9,98%. O de Furnas passou de 67,64% para 28,56%, segundo dados do Operador Nacional do Sistema (ONS). A explicação já é conhecida: falta de chuva. Já as consequências se multiplicam a cada dia. Diante do risco real de desabastecimento, a Copasa admite que está promovendo ações em todos os 625 municípios mineiros onde atua. As medidas vão desde manutenção até investimentos em novos sistemas de captação e bombeamento.
Em Varginha, na região Sul de Minas Gerais, por exemplo, a Copasa investiu em um sistema de captação flutuante, em uma balsa. A alternativa foi adotada porque, com a redução da vazão do rio Verde, foi preciso buscar água no meio do rio, onde o volume é mais intenso.
Devido ao período eleitoral, a Copasa, que é estatal, não pode informar valores. Mas, segundo fontes da cidade, foram desembolsados cerca de R$ 1 milhão. “A prefeitura está trabalhando em parceria com a Copasa. Até agora, não foi necessário fazer um racionamento, mas estamos em campanha contra o desperdício”, afirma o secretário de Meio Ambiente de Varginha, Joadylson Barra Ferreira.
A seca está atingindo todas as regiões do Estado. Segundo a Secretaria de Defesa Civil (Sedec-MG), só neste ano, 136 cidades mineiras decretaram estado de emergência, seja em pedido de socorro ao governo, ou para conseguir pular etapas burocráticas para investimentos urgentes. É o caso de Pirapora, na região Norte, que investiu R$ 602 mil em um sistema de captação no rio São Francisco. O vice-prefeito e diretor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de Pirapora, Esmeraldo Pereira dos Santos, explica que, dessa forma, foi mais rápido para conseguir a liberação dos recursos.
Em Itacarambi, também na região Norte, a seca do São Francisco está ameaçando o serviço da balsa. “Não chove desde março, a situação está crítica. Com a baixa das águas, a balsa, que fazi o trajeto de Itacarambi até o Projeto Jaíba em 15 minutos, agora está levando uma hora. Se ela parar, o percurso terá que ser feito pela estrada, via Manga, e vai dar um desvio de mais ou menos 180 km”, afirma a assessora de imprensa da Prefeitura de Itacarambi, Jussara Maria Oliveira Ribeiro.