Minas

Ameaça de desabastecimento de água ronda 625 municípios

Copasa promove ações em todos locais em que atua, inclusive investindo em sistemas de captação

Por Queila Ariadne
Publicado em 25 de julho de 2014 | 03:00
 
 
 
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Em apenas um ano, o nível dos principais reservatórios de Minas Gerais baixou até quatro vezes. De julho de 2013 até nessa quinta, o volume de Três Marias baixou de 43% para 9,98%. O de Furnas passou de 67,64% para 28,56%, segundo dados do Operador Nacional do Sistema (ONS). A explicação já é conhecida: falta de chuva. Já as consequências se multiplicam a cada dia. Diante do risco real de desabastecimento, a Copasa admite que está promovendo ações em todos os 625 municípios mineiros onde atua. As medidas vão desde manutenção até investimentos em novos sistemas de captação e bombeamento.
 

Em Varginha, na região Sul de Minas Gerais, por exemplo, a Copasa investiu em um sistema de captação flutuante, em uma balsa. A alternativa foi adotada porque, com a redução da vazão do rio Verde, foi preciso buscar água no meio do rio, onde o volume é mais intenso.

Devido ao período eleitoral, a Copasa, que é estatal, não pode informar valores. Mas, segundo fontes da cidade, foram desembolsados cerca de R$ 1 milhão. “A prefeitura está trabalhando em parceria com a Copasa. Até agora, não foi necessário fazer um racionamento, mas estamos em campanha contra o desperdício”, afirma o secretário de Meio Ambiente de Varginha, Joadylson Barra Ferreira.

A seca está atingindo todas as regiões do Estado. Segundo a Secretaria de Defesa Civil (Sedec-MG), só neste ano, 136 cidades mineiras decretaram estado de emergência, seja em pedido de socorro ao governo, ou para conseguir pular etapas burocráticas para investimentos urgentes. É o caso de Pirapora, na região Norte, que investiu R$ 602 mil em um sistema de captação no rio São Francisco. O vice-prefeito e diretor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de Pirapora, Esmeraldo Pereira dos Santos, explica que, dessa forma, foi mais rápido para conseguir a liberação dos recursos.

Em Itacarambi, também na região Norte, a seca do São Francisco está ameaçando o serviço da balsa. “Não chove desde março, a situação está crítica. Com a baixa das águas, a balsa, que fazi o trajeto de Itacarambi até o Projeto Jaíba em 15 minutos, agora está levando uma hora. Se ela parar, o percurso terá que ser feito pela estrada, via Manga, e vai dar um desvio de mais ou menos 180 km”, afirma a assessora de imprensa da Prefeitura de Itacarambi, Jussara Maria Oliveira Ribeiro.

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