Sustentabilidade

Aperam avança em mercado internacional de remoção de carbono; entenda o que é

Em suas florestas de eucalipto no Estado, siderúrgica utiliza biomassa que armazena CO2

Por O TEMPO
Publicado em 04 de abril de 2024 | 18:45
 
 
 
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A pressão das metas ambientais no Brasil e no mundo impulsiona empresas a buscar alternativas de sustentabilidade sem comprometer a produção. Minas Gerais está na rota dessas mudanças, e o braço de bioenergia da siderúrgica Aperam, sediada em Timóteo, no Vale do Rio Doce, concluiu um acordo com a plataforma global de transação de créditos de carbono Patch com a meta de comercializar pelo menos 35 mil toneladas de carbono em 2024 nela e em outras plataformas. Até agora, foram 15 mil toneladas de CO2 removidas só na comercialização com a Patch. 

A empresa não divulga o valor investido na parceria com a Patch, que recebe seus créditos de carbono e os comercializa para outras empresas. Na plataforma de créditos de carbono Puro.earth, a tonelada da Aperam é cotada por US$ 170. Os créditos são uma certificação: a cada tonelada de carbono que uma empresa deixa de emitir, ou remove, ela recebe um. Esses créditos são comercializados no mercado internacional, isto é, organizações que não atingiram sua meta podem comprar créditos de outras e, assim, equilibrar esse balanço.

Os créditos de carbono da Aperam Bioenergia são gerados pela fabricação de biochar. Ele é uma biomassa semelhante ao carvão, produzida a partir de resíduos agrícolas ou florestais orgânicos sem oxigênio, e tem capacidade de armazenar carbono da atmosfera por centenas de anos. As empresas que produzem o material passam por uma auditoria e, caso sejam aprovadas, podem vender créditos de carbono referentes a essa produção.

A Aperam utiliza o biochar em suas florestas de 100 mil hectares de eucalipto plantadas no Vale do Jequitinhonha. É a partir delas que a empresa produz seu carvão vegetal, que, então, é utilizado na fabricação do aço da empresa em Timóteo, a fim de minimizar o impacto ambiental da produção siderúrgica. 

As atuais taxas de redução de emissão de CO2 no mundo estão abaixo do necessário para cumprir a meta do Acordo de Paris, que tenta limitar o aquecimento global a 1,5ºC até o final deste século. Por isso, o Instituto Mercador de Investigação sobre Bens Comuns Globais e Alterações Climáticas (MCC), sediado em Berlim, estima que, até 2100, seja necessário remover até 1,1 trilhão de toneladas métricas de gás da atmosfera. Ainda segundo a entidade, a aplicação de biochar no solo pode ajudar nessa tarefa, com aplicação de 0,3 bilhões a 6,6 bilhões de toneladas métricas de CO2.

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