Varejo

Black Friday decepciona parte dos lojistas em BH e esperança é o fim de semana

Jogo do Brasil na véspera pode ter diminuído movimento, avalia sindicato; por outro lado, comerciantes esperam que a Copa impulsione as vendas nos próximos dias

Por Gabriel Rodrigues
Publicado em 25 de novembro de 2022 | 15:28
 
 
 
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Desde as primeiras horas da manhã até o início da tarde, o Centro de Belo Horizonte estava movimentado, mas tranquilo, durante esta sexta-feira (25) de Black Friday. Até então, porém, parte dos comerciantes se decepcionou com as vendas, segundo o Sindicato dos Lojistas do Comércio de Belo Horizonte e Região (Sindilojas). “Normalmente, a Black Friday começa a esquentar na quinta-feira e vai até domingo, mas a expectativa não foi muito bem atendida devido ao jogo do Brasil ontem. O pessoal sai, toma uma, dorme até mais tarde. Mas a expectativa é que melhore muito até domingo, porque segunda tem jogo de novo”, resume o gerente executivo do Sindilojas, Eduardo Bandeira.

Grande parte do comércio fechou as portas durante a estreia do Brasil na Copa do Qatar, na quinta (24) e deve fechar de novo na partida da seleção na segunda-feira (28), às 13h. Por outro lado, a Copa também impulsiona vendas em alguns segmentos: as TVs, por exemplo, tornaram-se estrelas na vitrine das principais lojas de eletrodomésticos do Centro, pois o varejo espera faturar alto com o item, um dos favoritos dos torcedores.  

A gerente de uma unidade do Magazine Luiza no Centro, Grace Kelly Duarte, conta que, na primeira hora de funcionamento da loja, um cliente já estava buscando uma TV. “O primeiro cliente que entrou na loja hoje foi um senhor que disse que precisava trocar a TV, porque foi ver o jogo do Brasil na quinta e achou a dele muito pequena. Comprou uma de 43 polegadas e levou na hora”, diz a lojista. Ela explica que é tradicional que, na Black Friday, os clientes já saiam da loja com o produto, mesmo que sejam as maiores TVs. Por isso, os itens saem dos estoques e as caixas ficam expostas.

O movimento na rua Curitiba, que concentra lojas de roupas e eletrodomésticos, era tranquilo ao longo da manhã desta sexta e o shopping Cidade, embora movimentado, não estava lotado ou com filas em lojas até o início da tarde. Entidades do varejo estimam vendas recordes neste ano, mas elas ainda serão confirmadas ou não nos próximos dias. Para alguns consumidores, a data está aquém do esperado, e eles reclamam da falta de ofertas vantajosas na Black Friday.

A expectativa da administração do mall, ainda assim, é pelo menos alcançar o patamar de faturamento de 2019, antes da pandemia. “A expectativa de crescimento em relação ao ano passado é de 15% a 20%. O segmento de eletrônicos é o mais procurado”, diz a gerente de marketing, Marcela Castro. Para ela, a vitória do Brasil no primeiro jogo da Copa e o clima festivo do campeonato devem impulsionar as vendas. “Nesse sentido, nós, seres humanos, somos muito indulgentes. Quando estamos felizes, sempre queremos uma recompensa”, reflete. A gerente do Magazine Luiza, Grace Kelly, concorda: “A gente, brasileiro, é muito movido pela emoção. A inadimplência cresceu, mas as lojas abriram muitas opções de pagamento, parcelam de 24 vezes com taxa menor, no crediário, então as pessoas compram”. 

Até as drogarias Araujo sentem reflexo da Copa e investiu em promoções nos snacks neste ano, além do foco em remédios do dia a dia e protetor solar para o verão que se aproxima, diz a superintendente de marketing da empresa, Adriana Caram Borlido. “Neste ano, temos foco na alimentação e aproveitamos o momento para os energéticos, por exemplo. Esperamos um faturamento 16% maior neste mês, em comparação ao ano passado, de R$ 40 milhões”, detalha.

Nas lojas Rede do Shopping Cidade, a expectativa também é de crescimento. “Esperamos um crescimento de pelo menos 40% em relação a 2019. Não queremos viver de passado da pandemia, mas superar os números de antes. O cliente aproveita para estocar produtos como sabonete e desodorante”, diz a gerente, Elaine Isabel. Na loja de perfumes importados Chen, também no shopping, a expectativa é mais modesta, conforme examina um dos diretores, Flávio Figueiredo. “Vai ser maior que no ano passado, mas ainda 20%, 25% menos que em 2019. Com mais eventos, as pessoas estão voltando a olhar perfumaria”, conclui. 

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