O atual caso de “vaca louca” sendo investigado no Brasil é o primeiro desde 2021, quando a exportação de carne bovina para a China também foi suspensa temporariamente, como ocorre desta vez. A suspeita é que o novo caso, identificado no Pará, seja de “vaca louca” atípica, uma variação da doença que não se espalha entre o rebanho ou para humanos e ocorre geralmente de forma espontânea em animais mais velhos, sem relação com sua alimentação.

Até hoje, o Brasil nunca teve casos confirmados da “vaca louca” clássica, que surge devido à ingestão de alimentos contaminados e é fatal para humanos. O risco do país para a doença é considerado insignificante pela Organização Mundial para Saúde Animal (OIE). Confira a linha do tempo da doença no Brasil:

2023: um caso no Pará

Um único caso foi identificado em Marabá, no Pará, neste mês. O bovino, de nove anos, é considerado velho para os padrões do abate. Seguindo o protocolo, o próprio Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) informou a ocorrência e suspendeu as exportações para a China temporariamente. O país asiático é o maior mercado da carne bovina brasileira e compra, em média, metade da produção exportada pelo Brasil. As amostras do animal contaminados serão analisadas nos laboratórios da OIE, no Canadá.

2021: dois casos em Minas e no Mato Grosso

Em 2021, as exportações de carne bovina para a China ficaram suspensas por cerca de três meses após a identificação de dois casos de “vaca louca” em frigoríficos em Belo Horizonte em Nova Canaã do Norte, no Mato Grosso. Os dois casos também foram analisados no Canadá, porém, mesmo após a confirmação de que eram ocorrências atípicas da doença, os chineses mantiveram a suspensão da compra de carne. Na época, o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, Charles Andrew Tang, afirmou ao “Canal do Boi” que os chineses vêm tentando reduzir o consumo de carne bovina e focar na carne suína.

2019: um caso no Mato Grosso

Também no Mato Grosso, em 2019 o Mapa identificou um caso em uma vaca de 17 anos. Na época, o embargo durou pouco mais de uma semana.

2014: um caso no Mato Grosso

O caso foi identificado pelo Mapa e comunicado ao mercado internacional antes que o acordo de exportação com a China fosse selado. No intervalo, comprovou-se que também se tratava de uma ocorrência da variação atípica da doença. 

2012: um caso no Paraná

Um caso identificado no Sul do país levou a um embargo de dois anos de exportações de carne bovina para a China, até que, em 2014, o governo brasileiro assinou um acordo bilateral com os chineses. O caso da doença ocorreu em 2010 e foi identificado dois anos depois. Países importadores exigiram que o Brasil aprimorasse seus métodos de rastreio de casos a partir de então.