Só nos seis primeiros meses de 2023, o Brasil sofreu 23 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos. O país é o que mais sofreu com o crime na América Latina — a região passou por 63 bilhões de tentativas de ataque nesse período, segundo relatório divulgado nesta semana pela Fortinet, empresa global de segurança cibernética. Ainda que continue na casa das dezenas de bilhões, o número caiu quase 27% em comparação ao mesmo período de 2022.
O relatório também aponta uma sofisticação crescente nesse tipo de crime. No primeiro semestre, a detecção de ransomware caiu — esse tipo de software malicioso “sequestra” dados do computador e extorque as vítimas para liberá-los. Por outro lado, esse tipo de ameaça se tornou mais sofisticada com a adoção de ransomware como serviço (RaaS). Isto é, criminosos ‘’alugam” plataformas criadas para distribuir o malware a alvos mais específicos.
Outro destaque do relatório da Fortinet é o crescimento de malwares que apagam por completo dos sistemas que atacam. Eles são conhecidos como wipers e se tornaram mais comuns com a guerra da Ucrânia, com os lados lançando ataques pela internet. E, em meio às discussões sobre os limites da inteligência artificial (IA), a Fortinet aposta nessa tecnologia na prevenção e detecção de ataques cibernéticos.
Frear os cibercrimes, que ignora fronteiras, é um esforço global, destaca o estrategista-chefe de segurança e vice-presidente de inteligência global contra ameaças do FortiGuard Labs, Derek Manky. "Além disso, exige investimento em serviços de segurança baseados em Inteligência Artificial, que podem ajudar as equipes de segurança a coordenarem a inteligência de ameaças, acionável em tempo real e em toda a organização. Com as ameaças direcionadas em alta, as equipes de segurança não podem ficar ociosas", conclui.