Economia

Brasil tem saldo positivo de 1 milhão de empresas abertas em 2023

País criou 2,3 milhões de empresas nos primeiros sete meses deste ano e fechou 1,2 milhão; mesmo se não foram considerados os MEIs, o saldo segue positivo


Publicado em 06 de setembro de 2023 | 15:34
 
 
 
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Mais empresas foram abertas do que fechadas no Brasil entre janeiro e julho deste ano, com saldo positivo de 1.064.683 novas companhias no país. No período, foram criados 2.351.279 novos registros no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e, por outro lado, 1.286.596 empresas foram fechadas. Os dados são do painel Mapa de Empresas, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). 

Mesmo quando os Microempreendedores Individuais (MEIs) são retirados da conta, o saldo permanece positivo. Nesse cenário sem os MEIs, o Brasil abriu 567.975 empresas e fechou 315.987, com saldo, nos primeiros sete meses do ano, de 251.988 novas corporações.

“O primeiro semestre surpreendeu muito em termos de índices econômicos. Havia muitas dúvidas quanto à transição de governo, a forma de gestão da economia e o saldo positivo na geração de empregos traz consigo os dados de ampliação do número de vagas com carteiras assinadas, mostrando a melhora do ambiente econômico e na confiança de empresários e consumidores”, analisa o economista Gelton Pinto Coelho, do Conselho Regional de Economia de Minas Gerais (Corecon-MG). 

Nos primeiros seis meses de 2023, o Brasil teve um saldo de mais de um milhão de empregos criados com carteira assinada. Entre janeiro e junho, houve 11,9 milhões de contratações e 10,8 milhões de demissões registradas, saldo de 1,02 milhão. Em junho, o maior crescimento do emprego ocorreu no setor de serviços, com um saldo de 76,4 mil postos formais. Este segmento é responsável por 60% do Produto Interno Bruto. 

“É bom a gente ressaltar que o setor de serviços, que é o que mais emprega, começou a girar de novo a roda econômica. São pequenos e médios empresários, pessoas que individualmente oferecem os seus serviços e conseguiram encontrar novamente quem os consuma. E isso obviamente começou a melhorar o ambiente de negócios. Programas como o Desenrola ajudaram também, até o momento, a tirar algumas pessoas da famigerada lista de dívidas e isso também ajuda na retomada da economia”, explica Gelton Pinto Coelho.

Até julho, o Brasil tinha 21,6 milhões de empresas ativas. De acordo com o painel Mapa de Empresas, o tempo médio de abertura de novas companhias é de 1 dia e 4 horas. O processo passa pelo registro na junta comercial para obtenção do CNPJ, além das inscrições fiscais nas secretarias de fazenda dos estados e municípios. Dependendo do tipo de atividade econômica, a empresa precisa emitir licenças e alvarás de funcionamento.

“Acho que isso reflete muito a simplificação que a gente teve nesse processo de abertura, principalmente nos anos de 2020, 2021 e 2022, com o governo de então propondo uma série de medidas tanto para simplificação quanto para integração digital nas juntas de comércio. Isso acaba de fato reduzindo o prazo para abertura de empresas”, explica o empresário João Ferreira, sócio da One Investimentos.

Apesar do saldo positivo de abertura de empresas, o sócio da One Investimentos lembrou que boa parte das companhias do país está endividada devido à taxa de juros elevada. “Isso acaba repercutindo principalmente para as micro e pequenas empresas, aquelas que nesse ambiente de juros mais altos acabam tendo dificuldade de conseguir financiamento para capital de giro”.

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