Alta

Calote maior em condomínios 

Em Minas, índice médio de inadimplência da taxa aumentou 8,6% em 2014 na comparação com 2013

Por Juliana Gontijo
Publicado em 08 de março de 2015 | 03:00
 
 
 
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A conta luz está mais cara. Carnes, frutas e legumes também. Escolas particulares estão custando, em média, 16% mais que no ano passado. A gasolina aumentou. Os juros do cheque especial e do cartão de crédito sobem todo mês. Apertado, o consumidor se vira como pode para pagar as contas. Ou não. Como os juros cobrados sobre as taxas de condomínio dos prédios são baixos, essa é uma das primeiras faturas que as pessoas “penduram”. E a inadimplência vai aumentar.

Em 2014, o índice médio de inadimplência aumentou 8,6% na comparação com o ano anterior, conforme levantamento feito pela Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG). E a previsão para este ano não é nada animadora. Depois de taxas de 10,33% em 2013 e de 11,22% em 2014, a estimativa para 2015 é de superar esse patamar.

O vice-presidente das administradoras de condomínios da CMI/Secovi-MG, Leonardo Mota, aposta em percentual de inadimplência superior em 2015. “Com a situação econômica nada favorável, há impacto no emprego, fora o salto elevado das tarifas públicas. Com isso, o horizonte não é nada favorável e a tendência é de alta na inadimplência superior ao ano passado”.

O presidente do Sindicato dos Condomínios Comerciais, Residenciais e Mistos de Belo Horizonte e Região Metropolitana (Sindicon), Carlos Eduardo Alves de Queiroz, também aposta em crescimento da inadimplência da taxa de condomínio. “São vários os fatores que contribuem para que isso ocorra, e um delas é o aumento do desemprego. Só que o que acaba pesando mesmo é a taxa de juros mais em conta do condomínio, na comparação com o que é cobrado em outras modalidades de dívida, como o cartão de crédito. Assim, o condômino deixa para depois o pagamento do condomínio”, observa.

Sem melhora. O diretor comercial da administradora de condomínios Opala, Marcos Nery, afirma que, no momento, não há solução viável para reduzir a inadimplência nos condomínios. “A perspectiva é de alta. Afinal, o brasileiro está perdendo muita renda”.

Ele ressalta que os inadimplentes continuam usufruindo de todos os serviços oferecidos em seu prédio normalmente, mesmo não honrando o pagamento. “Se você não paga a energia da sua casa, o fornecimento é cortado. Só que o mesmo não acontece com os serviços oferecidos pelo condomínio, já que eles são coletivos. O que incentiva a inadimplência é a multa, que é muito baixa: 2% ao mês, mais 1% de juros”, diz.

A taxa média de juros do cheque especial, por exemplo, foi de 10,62% em janeiro deste ano em Belo Horizonte, conforme a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Fundação Ipead). A variação foi de 7,30% a 12,83%.

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