Folia 2020

Chuva fará Carnaval ficar R$ 900 mil mais ‘pobre’ em Belo Horizonte

Mesmo com previsão mais tímida, expectativa é superar o de 2019; sábado será o termômetro. Ocupação dos hotéis deve cair, e até 33% menos dinheiro será injetado na economia

Por Lucas Negrisoli
Publicado em 19 de fevereiro de 2020 | 03:00
 
 
 
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As chuvas que atingiram Belo Horizonte no início deste mês reduziram a previsão de hóspedes nos hotéis no Carnaval.

Para a primeira quinzena de fevereiro, o setor esperava ocupação média de 40%, mas esse percentual caiu para 25%.

Isso fez com que a estimativa para os dias de Carnaval diminuísse de 80%, em média, para 70%. A estimativa de quanto dinheiro deve circular na cidade também encolheu.

Fora gastos com hospedagem, o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de BH e Região Metropolitana (Sindhorb) esperava que R$ 2,7 bilhões fossem injetados na economia local durante a folia.

Depois da destruição causada pelas chuvas, esse valor caiu 33%: deve ser de R$ 1,8 bilhão no período.

“A chuva quase acabou com o carnaval em Belo Horizonte”, afirma o diretor da entidade, Paulo César Pedrosa.

Contudo, ele explica que, após as instabilidades climáticas terem dado trégua, a procura pela capital retomou o ritmo e, pelo menos na região Centro-Sul, a ocupação deve alcançar patamares entre 80% e 100%.

A expectativa de público também diminuiu para o sindicato. De 5 milhões de foliões, a aposta agora é em 4,5 milhões.

Mesmo assim, o cenário neste ano deve ser melhor do que o de 2019, quando 4,3 milhões de pessoas participaram da festa na cidade.

“Como todo ano, nossa grande expectativa é o sábado, o principal termômetro para o mercado. Vamos ver o que a chuva vai fazer”, continua Pedrosa. 

Por outro lado, a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Minas Gerais (Abih-MG) aponta que não houve diminuição da procura, mas um “atraso” nas reservas.

A entidade espera que o período festivo registre até 80% de ocupação na região Centro-Sul e 60% no restante da cidade durante o Carnaval. 

A associação também aposta que o número de foliões deve chegar aos 5 milhões, conforme a segunda diretora da entidade, Pollyanna Campos Mendes de Sousa.

“As chuvas não mudaram nossa expectativa. Tivemos alguns cancelamentos em função dela, mas a procura está voltando”, diz. 

Luciano Carvalho, sócio-proprietário da Trul Hotéis, que gere o Tryp Savassi, está confiante nos resultados do Carnaval.

Ele conta que as tempestades fizeram com que o percentual de reservas caísse de 90% no início de fevereiro para 82% nesta semana. 

Contudo, a expectativa é de que o nível anterior seja retomado até sexta-feira.

“Muita gente ficou insegura para definir a vinda para cá, recebemos várias ligações. Porém, certamente vamos superar os anos anteriores”, afirma. 

Sílvio Cruz, que é um “anfitrião profissional” na plataforma Airbnb, conta que as chuvas não prejudicaram sua operação.

Desde outubro do ano passado, turistas já tinham fechado reservas para a folia.

“Tive apenas um cancelamento por causa das tempestades, mas não foi para o Carnaval. Neste ano certamente os resultados estão melhores do que em 2019”, ressalta. 

Otimista, varejo abrirá as portas

Mais da metade do comércio varejista em Belo Horizonte espera resultados melhores no Carnaval deste ano em relação ao anterior, com 52,1% dos empresários otimistas. Do total, 66,7% acreditam que os impactos serão positivos. 

Durante a próxima semana, 48,9% dos estabelecimentos pretendem abrir as portas e, desses, 69,9% vão funcionar durante todos os dias da folia na capital do Estado.

Os números são de um levantamento da Federação do Comércio de Minas Gerais (Fecomércio MG). 

O principal motivo para a animação do empresariado é a maior presença de turistas na capital, apontada por 66,7% dos entrevistados.

Segundo expectativas divulgadas pelo poder público e por entidades de mercado, espera-se até 5 milhões de pessoas em Belo Horizonte durante o feriado, ante 4,3 milhões de foliões em 2019.

Para garantir bons números durante a festa, 68% do varejo deve fazer investimentos, com 49,6% apostando em aumento de estoque e 32,8% em treinamento de funcionários para atenderem melhor os foliões. 

Como observado nos anos anteriores, o cartão de crédito deve ser a principal forma de pagamento durante a festa, citado por 64,5% do empresariado.

Pagamentos à vista – tanto em dinheiro como no débito – devem representar 34,4% das vendas, segundo empresários.

A pesquisa ouviu 280 empresas de 17 bairros que compõem as regiões Centro-Sul, Leste e Oeste de Belo Horizonte. 

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