Impactado pelo movimento adicional da Copa do Mundo, o setor de supermercados em Minas Gerais estima um crescimento de 8,5% nas vendas no final de ano em 2022. O salto ocorre em comparação ao desempenho de 2021, segundo a Associação Mineira de Supermercados (Amis). 

A projeção foi apresentada à imprensa nesta terça-feira (18), na abertura do 34ª Congresso e Feira Supermercadista e da Panificação (Superminas) no Expominas, em Belo Horizonte. O grande destaque, na avaliação da Amis, ficará para a venda de carnes, principalmente suínas, cervejas, vinhos e panetones. 

No caso das proteínas animais, por exemplo, a expectativa é de que as vendas superem os 10%. O cenário é o mesmo para vinhos e panetones, já sob influência direta das festividades do Natal e Ano Novo. Para o presidente da Amis, Alexandre Poni, a melhora, mesmo com o encarecimento de produtos nas gôndolas, está diretamente relacionado à mudança no padrão de consumo da população após o fim das restrições com a pandemia. 

Segundo ele, o fator Copa do Mundo, que neste ocorre durante período de altas temperaturas, anima o setor. “A gente tem uma boa expectativa porque os bares não suportam. O cliente vai querer, a gente sabe no jogo do Brasil todo mundo vai querer se encontrar, é um momento de fazer confraternização”, projetou Poni. 

Segundo a Amis, o crescimento em comparação com 2021 é maior do que o registrado entre 2018 e 2019 de 3,5%. O valor apurado entre 2022 e 2019, período pré-pandemia, não foi revelado. 

Deflação 

Com uma queda de preço mais acentuada no preço de alimentos nas últimas semanas, conforme pesquisa do site Mercado Mineiro, a Amis afirma que o barateamento dos produtos nos supermercados está relacionada à venda de estoques antigos. Alexandre Poni afirmou que o movimento deve se manter até o final do ano no mínimo, podendo haver novas reduções. 

“A partir do momento que os estoques mais caros foram acabando, as novas compras geraram um preço mais barato. Esse reflexto está vindo e é natural”, argumentou. 

Ele afirma que em meio ao processo de carestia dos alimentos e de utensílios domésticos, as grandes redes buscaram promoções para tentar baratear os preços finais ao consumidor. “A gente tem uma prática nos supermercados de notar um aumento de preço e comprar antes do aumento para manter o preço, segurar o máximo possível. Essa história de que supermercado é vilão, absolutamente pelo contrário. A gente quer comprar mais barato e vender o mais barato possível porque o quanto mais barato a gente vender, mais a gente vende”, arrematou Poni. 

Projeções para 2023

A indefinição política no Brasil, na avaliação da Amis, é um entrave para uma projeção exata quanto ao ano de 2023. Conforme Alexandre Poni, o setor aguarda com otimismo uma manutenção recuperação econômica. “É difícil criar uma expectativa. É lógico que todos nós torcemos por uma economia que cresça e que favoreça. Crescer a economia, é melhorar a qualidade de vida de nós todos e principalmente da classe mais pobre. A expectativa é essa, quanto maior o crescimento no consumo, melhor é para o setor”, disse o presidente Alexandre Poni.