O dólar atingiu o menor valor dos últimos 11 meses na segunda-feira (15/05) e fechou o dia a R$ 4,88. Ao longo desta terça (16/05), contudo, o câmbio operou em alta, com a grande novidade do dia, a mudança da política de preços da Petrobras. Mas como esse e outros fatores poderão afetar o câmbio ao longo de 2023?
Analistas concordam que fazer previsões sobre o valor do dólar é arriscado, mesmo em curto prazo, já que ele depende de uma variedade de fatores — a taxa de juros interna e externa e a percepção de risco sobre a economia, por exemplo. Para o CEO e fundador da consultoria de câmbio WeCambio, Caio Pilato, há esperança de valores em baixa, porém com ressalvas.
“Considerando a queda recente e a influência da mudança na política da Petrobras, é possível que o dólar possa continuar mostrando uma tendência de baixa nos próximos dias. No entanto, as flutuações do mercado cambial são imprevisíveis, e é recomendado acompanhar de perto os desenvolvimentos econômicos e políticos para obter uma análise mais precisa”, pontua.
Ele destaca que é importante prestar atenção aos movimentos da empresa ao longo do ano, porque novas mudanças e suas repercussões podem continuar afetando a variação do dólar nos próximos meses. “A mudança na Petrobras pode ter impactos na variação do dólar ao longo do tempo. A empresa é uma das maiores produtoras de petróleo do mundo e desempenha um papel significativo na economia brasileira. Alterações na política da Petrobras, como ajustes nos preços dos combustíveis ou na gestão da empresa, podem afetar a confiança dos investidores e influenciar a taxa de câmbio”, lembra.
Altas do dólar, ao mesmo tempo, interferem nos preços praticados pela Petrobras, lembra o professor de economia do Ibmec-BH Hélio Berni. A empresa abandonou o Preço de Paridade de Importação (PPI), que vinculava os preços internos ao mercado internacional, contudo continuará a considerar o mercado externo para precificar os valores no país, já que o petróleo é uma commodity de circulação global. “Oscilações do câmbio podem alterar o preço do combustível aqui dentro”, sublinha.
Ele também reforça que muitos outras elementos, além dos combustíveis, interferem no câmbio. “Se o governo federal conseguir diminuir o nível de risco da economia brasileira seria bom para muitas das variáveis macroeconômicas, inclusive para o câmbio”, conclui.