NA MIRA

Dossiês de contas do Swissleaks serão usados para investigar crimes

Ministério da Justiça recebeu arquivos com dados de 8.667 correntistas brasileiros de contas secretas na divisão suíça do HSBC que movimentaram o equivalente a R$ 20 bilhões entre 2006 e 2007

Por Folhapress
Publicado em 06 de julho de 2015 | 21:20
 
 
 
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O Ministério da Justiça recebeu nesta segunda (6) os arquivos com dados de 8.667 correntistas brasileiros de contas secretas na divisão suíça do HSBC que movimentaram o equivalente a R$ 20 bilhões entre 2006 e 2007.

O governo francês já havia enviado a lista à Receita Federal para apurar irregularidades fiscais em maio, mas o compartilhamento e uso destas informações pela Polícia Federal ou pelo Ministério Público Federal poderiam gerar questionamento sobre validade das provas em processos criminais.

Diante do risco, Procuradoria-Geral da República e a PF enviaram um pedido específico para ter acesso aos dados por meio do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional do Ministério da Justiça, que recebeu os arquivos nesta segunda.

O caminho protocolar vai permitir a abertura de investigações e ações penais sobre crimes como lavagem de dinheiro.
Manter contas no exterior não é crime nem infração fiscal, desde que os recursos tenham origem comprovadamente lícita e estejam declarados ao fisco.

O vazamento dos dados de mais de 100 mil clientes internacionais do setor de "private bank" (setor de gestão de fortunas) do HSBC ficou conhecido como "Swissleaks".

Vazados pelo ex-técnico de informática do banco Hervé Flaciani, os dados foram analisados por meio do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, na sigla em inglês (ICIJ).

Os arquivos indicam que o braço suíço do HSBC ajudou clientes milionários e criminosos condenados em escândalos de corrupção e tráfico de drogas a sonegarem impostos e a esconderem milhões de dólares em investimentos.

Em alguns casos, os clientes eram orientados a usar produtos financeiros sofisticados para evitar impostos ou dissimular a origem do dinheiro.

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