Derrocada

Em recuperação judicial, MMX deve demitir ainda mais

Pedido deu entrada nesta quinta no Fórum Lafayette, na capital

Por Janine Horta
Publicado em 17 de outubro de 2014 | 03:00
 
 
 
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A MMX Sudeste Mineração S/A, mineradora do empresário Eike Batista que explorava o complexo Serra Azul, em Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte, entrou nesta quinta com um pedido de recuperação judicial no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte. Embora o pedido de recuperação judicial seja de R$1 milhão, a dívida de Eike Batista somente em relação à essa empresa seria de R$370 milhões.


Consta também, no Fórum Lafayiette, uma ação de 2013 de um dos fornecedores da MMX em Minas Gerais pedindo a falência da mineradora e cobrando dela uma dívida de R$ 546.455,28.
Na próxima segunda feira, de acordo com nota enviada pela Superintendência Regional do Ministério do Trabalho em Belo Horizonte, está marcada uma reunião de mediação entre o Sindicato Metabase de Brumadinho e a empresa. Na nota, o ministério informou que “a empregadora enviou e-mail à entidade sindical solicitando o agendamento de mais 146 homologações, sendo certo que o número demitidos pode ser bem maior”.

A MMX não comenta o assunto, mas o advogado Sergio Bermudes, responsável pelo processo de recuperação judicial, afirma que “a MMX é uma empresa saudável, que vive um contratempo por conta da situação do grupo X. Mas tem plena condição de se recuperar”. Bermudes completou que o plano de recuperação ainda está sendo estudado.

De acordo com o professor e advogado trabalhista Antônio Raimundo de Castro Queiroz Júnior, com o pedido de recuperação judicial a empresa tem um fôlego a mais para tocar o negócio, sem demitir, e ganha mais tempo para honrar as dívidas. “Esse é o momento para o sindicato dos trabalhadores intervir pedindo contrapartidas em defesa dos funcionários. Por outro lado, ações trabalhistas contra a empresa e qualquer outra cobrança ficam suspensas temporariamente”, explica o professor.

Empregos. De fato, o Sindicato Metabase de Brumadinho vem tentando reverter as demissões junto à empresa, embora sem sucesso. O complexo está com as operações suspensas e, na semana passada, quando os empregados voltaram de férias coletivas, 120 foram demitidos. De acordo com um ex-funcionário que não quis se identificar, dos 415 que trabalhavam no complexo (composto pelas minas Tico-Tico e Ipê), somente 80 do quadro de pessoal administrativo devem ficar. Outra possibilidade é a venda da MMX para a Trafigura, trading de metais.

Ruína
Grupo
. A MMX é a terceira empresa do antigo império X, de Eike Batista, a pedir proteção para reorganizar seu passivo. A primeira foi a petroleira OGX e a segunda foi o estaleiro OSX.

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