Só para elas

Empresárias mineiras têm crédito mais barato

Condição do financiamento é que empresa seja controlada por mulher

Por Juliana Gontijo
Publicado em 09 de março de 2018 | 03:00
 
 
 
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No Dia Internacional da Mulher, o governo mineiro lançou uma linha de financiamento exclusiva para as empresárias por meio do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). A vantagem, segundo o diretor presidente do banco, Marco Aurélio Crocco, é que as taxas cobradas são mais baixas que as oferecidas pela instituição de fomento, a partir de 1,39% ao mês, até 1,7%. “O normal varia de 1,4% a 1,8%”, diz.

Ele ressalta que para empreendimentos que estejam em cidades com baixo Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M), o BDMG oferece financiamento com taxas ainda mais baixas, a partir de 1,32% ao mês até 1,4%.

Para conseguir o financiamento, que chega a até R$ 700 mil, a empresa deve ser controlada pela mulher ou um conjunto de mulheres. O empreendimento tem que estar em atividade há pelo menos seis meses e ter faturamento anual de até R$ 30 milhões.

A expectativa é que a nova linha do BDMG atenda neste ano em torno de 2.500 micro e pequenas empresas de Minas Gerais lideradas por mulheres, num total de R$ 70 milhões de desembolsos.

Crocco ressaltou que a medida visa estimular o empreendedorismo feminino. Enquanto as mulheres representam 51,6% da população, a participação como empregadoras é de apenas 26% no Estado. “A mulher tem sucesso no trato do negócio, tanto que o microcrédito é direcionado à mulher, o Bolsa Família é direcionado à mulher”, observa. Ele acrescentou que a linha de financiamento é uma ação permanente e não está restrita às comemorações da data.

O diretor presidente do BDMG observou que essa linha é inédita no país. “Não tenho conhecimento de nenhuma experiência para micro e pequena empresa no Brasil nesse sentido”, diz.

O financiamento pode ser obtido no site da instituição (www.bdmg.mg.gov.br) ou por meio dos correspondentes bancários espalhados pelo Estado.

Primeira-dama desabafa. Nessa quinta-feira (8), no lançamento da linha de crédito específica para as mulheres, no Palácio da Liberdade, o governador Fernando Pimentel abriu mão da sua fala e convidou a primeira-dama e presidente do Servas, Carolina Pimentel, para falar durante o evento. Ela ressaltou as adversidades enfrentadas pelas mulheres. “Tenho viajado muito como presidente do Servas. Fui muitas vezes ao extremo Noroeste do Estado, nos municípios de Arinos, de Formosa, e lá eu encontrei uma realidade de muitas mulheres do campo, que enfrentam, no dia a dia, caminhadas de três ou quatro quilômetros só para buscar água. Temos feito o enfrentamento dessa realidade por meio do governo do Estado, da Copasa, da Cemig e do Servas”, diz.

Carolina também falou do preconceito que sofrem as primeiras-damas, consideradas mulheres sem funções definidas – no máximo, associadas aos trabalhos de assistência social. ‘São mulheres que não estão à sombra dos maridos, mas ao lado, e desempenham várias funções”, diz.

Mulher mineira. Para estimular o empreendedorismo feminino, o governo lançou o selo “Feito Por Mulheres de Minas” para cachaças feitas pelas mineiras, ou por esposa e filha de produtor.


Só para mulheres

- Financiamento de até R$ 700 mil para micro e pequenas empresas de qualquer setor

- Faturamento anual da empresa: até R$ 30 milhões

- O empreendimento deve ser de uma mulher ou conjunto de mulheres

- Empresa em atividade há pelo menos seis meses

- Taxas a partir de 1,39% ao mês

- Para empresas de municípios de IDH baixo, a taxa de juros é menor

- Expectativa de chegar a 2.500 clientes do programa no primeiro ano


Espelho d’água vai gerar energia solar

A primeira usina solar fotovoltaica flutuante (porte de 1,2 MWp) será viabilizada no Estado. E o primeiro passo foi dado nessa quinta-feira (8), com o anúncio feito pelo governador Fernando Pimentel do convênio de R$ 24,4 milhões entre a Cemig e a Associação Estadual de Desenvolvimento Ambiental e Social (Aedas). O projeto tem a participação do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

A estrutura será conectada à atual Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Santa Marta, em cujo espelho d’água serão instalados painéis fotovoltaicos. Dessa forma, haverá uma união dessas duas formas de geração de energia dentro do mesmo sistema, o que é um fato inédito, segundo o governo mineiro.

O projeto vai ajudar na redução da conta de energia, segundo a representante do MAB Aline Ruas. “As famílias irão ajudar a construir as placas para atender a própria demanda”, diz. A expectativa de Aline é que em dois anos já seja possível ter a geração de energia.

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