peso no bolso

Entenda por que o ovo foi um dos alimentos que mais pressionaram o IPCA de março

Prévia da inflação mostrou que o produto teve alta de 6,24% em relação a fevereiro

Por Nubya Oliveira
Publicado em 01 de abril de 2024 | 14:42
 
 
 
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O ovo de galinha foi um dos alimentos que mais pesaram no bolso do consumidor em março. O preço do produto subiu 6,24%, levando em conta o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), quando comparado ao de fevereiro. A alta do grupo alimentação, de 0,91%, pressionou a prévia da inflação, que ficou em 0,36% no último mês. 

Em Belo Horizonte e região, uma pesquisa do site Mercado Mineiro mostrou que o custo da dúzia de ovos vermelhos aumentou 3,6% no mês passado em comparação a janeiro deste ano — saltando de R$ 13,82 para R$ 14,32. Já os ovos brancos tiveram alta de 2,6%, uma diferença de R$ 0,30, e agora são vendidos por R$ 11,83.

Apesar das altas, um estudo do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) revelou que o valor dos ovos começou a cair já no fim do mês de março em razão de maior oferta e do período de menor poder de compra da população. “Apesar das recentes desvalorizações, as altas de preços verificadas nas semanas anteriores garantiram avanço na média de março, em relação ao mês anterior,” diz a nota publicada pelo Cepea nesta segunda (1º/4).

Conforme a analista de mercado do Cepea, Juliana Ferraz, o que ocorreu em março foi mais um movimento de estabilidade do que de alta de preço. “O fato de existir maior oferta aliado à queda de preço de outras  proteínas, como frango e carne, fez com que o custo do ovo não tivesse tanta força para subir", explica. 

A analista ainda destaca que essa movimentação de leve recuo na reta final do mês passado frustrou agentes do setor, que esperavam um volume maior de vendas durante a Semana Santa, época tradicionalmente marcada por maior consumo de ovos.

Para abril, de acordo com Juliana, a expectativa é de que na primeira quinzena o preço do ovo continue estável, uma vez que oferta e demanda estão ajustadas. “A partir da segunda quinzena é que poderemos ter alguma oscilação de mercado.” 

Produção 

De acordo com um levantamento do Cepea, a produção de ovos atingiu 3,4 bilhões de dúzias e bateu recorde em 2023. Houve um aumento de 3% em relação ao ano anterior. O volume produzido se intensificou principalmente de julho a dezembro, o que confirma o movimento de queda nos preços observado ao longo de 2023. 

“Com a maior oferta do produto na segunda metade do ano, os valores caíram mais de 12% frente ao primeiro semestre em todas as regiões. Vale destacar que o setor de avicultura viveu um momento atípico na primeira metade de 2023, com o feito histórico de manter os preços em alta por cinco meses consecutivos (de fevereiro a junho). O impulso veio das demandas interna e externa aquecidas,” diz o balanço do Cepea. 

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