Bonança

Espetinhos viram febre em BH 

Abrasel-MG estima que, na capital mineira, número desses estabelecimentos chega a cem

Por Helenice Laguardia
Publicado em 03 de maio de 2015 | 03:00
 
 
 
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Eles são deliciosos, o cheiro lembra as festas de interior, e o sabor de churrasquinho é imbatível para atacar a fome várias vezes. E se for pensar no preço, a partir de R$ 5 cada, o convite é irrecusável. Sim, os espetinhos de carne bovina, frango, mussarela e o que mais a imaginação de um empreendedor mandar tomaram conta de Belo Horizonte. Na capital, são cerca de cem casas vendendo espeto, de acordo com o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-MG), Fernando Júnior. “Eu conheço ao menos 40 estabelecimentos, o espeto virou uma febre”, calcula.

Fernando Júnior – que também é dono de um pub com espeto, o Red Meat, aberto há cerca de dois meses – conta que esse tipo de serviço sempre existiu. “E agora, ele está casando com o momento do Brasil pelo fato de ser barato, rápido e uma comida de que todo mundo gosta”, explica o empreendedor que ainda comanda o Porcão BH.

Para Júnior, as casas de espeto se espalham pela cidade levando-se em conta a localização próximo ao comércio e residências. Situado na Savassi, o Red Meat, que demandou aporte de R$ 100 mil, vende espetos de R$ 5 a R$ 10. “Existem carnes e carnes. Eu vendo o red angus que tem que custar R$ 10 o espeto, porque a carne é mais cara”, justifica, referindo-se ao gado de origem britânica.

Aliar fome com oportunidade foi outra sacada dos sócios do Sou de Minas Futebol Bar, Marcos Vinícius Monteiro Rodrigues e Túlio Tamietti. O bar, que funciona uma rua abaixo do estádio Mineirão, foi aberto há dois anos. “Em dias de jogos, vendemos de mil a 1.500 espetos, e o que mais vende é o de boi”, conta Rodrigues, para quem a cada jogo que acontece, a procura aumenta mais.

Rodrigues e Tamietti investiram R$ 150 mil para abrir o Sou de Minas Futebol Bar e dão cinco empregos. “Quando tem muito jogo em um mês, o movimento é bem maior”, comemora Rodrigues, que sempre quis ter uma casa desse tipo.

Diversificação. Dono do Parrilero Pampulha, situado na av. Portugal, em Belo Horizonte, Pedro Vidal está há 28 anos no mercado e decidiu diversificar a atuação da casa, inaugurando um espaço para a venda de espetos. Investiu R$ 90 mil em parte da área de 2.300 m² – parte externa e salão principal – para servir espetos. “Antes, era só parrila, mas eu decidi diversificar porque o mercado está ruim para todo mundo, caiu em torno de 30% em 2014 em relação a 2013”, calcula.

Outro motivo para apostar na nova onda do mercado, é que, segundo Vidal, espeto é um segmento que está crescendo muito em Belo Horizonte. “Na minha região (Pampulha) existem poucos”, explica. Confiante, Vidal, que abriu a nova ala há 11 dias espera vender de 700 a 800 espetos por dia no Parrilero Pampulha com espetos de R$ 6 a R$ 8 cada. Tomara que a moda perdure.

Custos
Alta
. Pedro Vidal, do Parrilero Pampulha, disse que sua conta de luz registrou um aumento de 70% e a conta de gás teve alta de 40%. “Todo mundo quer aumentar o preço, eu quero é reduzir”, diz. 

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