Negócios

Fundo investe R$ 2,5 milhões, e empresa cresce 60% no ano

Gestora tem R$ 165 milhões para aplicar em inovações que reduzam o impacto ambiental

Por Ludmila Pizarro
Publicado em 19 de junho de 2016 | 03:00
 
 
 
normal

Um investimento de R$ 2,5 milhões recebido no início de 2015 conseguiu em um ano, aumentar em 60% o faturamento, e em 25% a cartela de clientes da Tbit, empresa de tecnologia aplicada ao agronegócio que nasceu na Universidade Federal de Lavras. O aporte veio do Fundo de Inovação em Meio Ambiente (Fima). Com R$ 165 milhões, o Fima investe em empresas com soluções inovadoras que reduzam o impacto ambiental da sua cadeia de valor.

No caso da Tbit, o principal produto é a linha Groundeye, que reúne equipamento e software desenvolvidos pela empresa para análise de qualidade de sementes, grãos e raízes. “O sistema otimiza e padroniza a análise, substituindo métodos anteriores que eram manuais ou químicos, diminuindo em até 500% o tempo de análise”, explica o sócio diretor da Tbit, Igor Chalfoun.

Para ele, o investimento do Fima foi importante para consolidar a empresa. “Saímos de uma estrutura de start-up para uma empresa amadurecida”, afirma. “A grande vantagem não é a questão financeira, o dinheiro em si, mas como o fundo acelera e amadurece a empresa com novos modelos de negócios e contatos. É o que eles chamam de smartmoney”, completa. Depois do financiamento, Chalfoun ainda destaca que a empresa estruturou a equipe comercial, desenvolveu novos equipamentos e ser prepara para atuar no mercado internacional.

Busca. Atualmente, o Fima é gerido pela Inseed Investimentos que já fez aporte em seis empresas e tem mais duas aprovadas. A busca por oportunidades de negócio, porém, continua até o final de 2016, quando o prazo de prospecção do Fima termina. O Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) é o principal mantenedor, com dois terços dos recursos do fundo, mas outros financiadores também participam. “Além do BNDES, temos investidores como gestores de patrimônio familiar, fundos de pensão e investidores qualificados de alta renda”, explica Alexandre Alves, diretor da Inseed Investimentos, e responsável pelo Fima.

Quando uma empresa recebe um investimento do Fundo ela passa a ser uma sociedade anônima e passa a ter um novo sócio. No caso do Fima, o tempo de aceleração é de 10 anos, de 2012 a 2022. Na última etapa o fundo busca novos investidores para realizar o desinvestimento. Para Alves, o investimento em Fundo de participação é mais arriscado, mas pode render mais do que investimentos financeiros. “Além de ser uma aposta na economia real”, conclui.

R$ 30 milhões

Funil. Desde 2012, a Inseed prospectou 1.271 empresas, 496 passaram do crivo inicial, 12 criaram projetos de investimento e seis receberam um total de R$ 30 milhões de investimentos.

[infografico ID] 1.1325472 [/infografico ID]

Empreendedor tem receio de perder controle do negócio

Todo empreendedor sonha em receber alguns milhares de reais para acelera seu negócios. Mas nem todos estão preparados para abrir mão do controle da empresa e compreender que além de necessário, isso é positivo. “É uma nova cultura para o empreendedor, que para aceitar o aporte precisa pensar a empresa para além dele, pensar no legado que ele vai deixar na empresa”, explica o diretor da Inseed Investimentos, e responsável pelo Fundo de Inovação em Meio Ambiente (Fima), Alexandre Alves.

Isso acontece porque quando o Fundo investe transforma a empresa em uma sociedade anônima e a gestora do fundo, como a Inseed investimentos, participa da gestão e das decisões da empresa. “A participação do empresário é diluída, mas essa reorganização societária leva mais alcance à empresa. Investimos em governança, controle, auditoria. Isso diminui o risco de uma empresa com potencial desperdiçar isso por falta de recursos”, diz.

Investidores. O investidor privado também está aprendendo a buscar oportunidades de lucro em empresas inovadoras. “Tem uma nova geração de herdeiros que reconhece o potencial da economia real e quer participar de um ciclo em que todos ganham: investidor, empreendedor e sociedade”, diz Alves.
Ele aconselha que esses investidores mantenham 10% de suas carteiras em investimentos de risco como o Fima. (LP)

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!