Investigação começou em 2012

Jayro Lessa é investigado por sonegação em cadeia de bares em BH

Maria de Lourdes, Tizé e Rokkon, todos localizados no coração do bairro de Lourdes, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, acumularam passivo tributário de R$ 8,3 milhões, segundo valores atualizados para janeiro de 2017

Por Pedro Rocha Franco
Publicado em 26 de janeiro de 2017 | 11:19
 
 
 
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O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) investiga a prática de sonegação fiscal em uma famosa cadeia de bares e restaurantes de Belo Horizonte. Sob a gestão de Allyson Lessa e de seu pai, o ex-deputado estadual Jayro Lessa, O Dádiva. Maria de Lourdes, Tizé e Rokkon, todos localizados no coração do bairro de Lourdes, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, acumularam passivo tributário de R$ 8,3 milhões, segundo valores atualizados para janeiro de 2017.

"Os estabelecimentos não faziam emissão de nota fiscal na venda de seus produtos e, com isso, omitiam parte do valor do ICMS a ser declarado", afirma a promotora do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa da Ordem Econômica e Tributária (Caoet), Cláudia Ferreira Pacheco de Freitas.

Na manhã desta quinta-feira (26), foram cumpridos três mandados de busca e apreensão nas casas de Jayro e Allyson e na Cardiesel, imóveis da família Lessa. A operação Datus busca mais provas do modus operandi do grupo.

Em 2012, a Receita Estadual chegou a autuar o grupo por sonegação. Allyson e Jayro, segundo o MP, teriam transferido a propriedade dos estabelecimentos para o nome de 'laranjas'. Depois disso, a família Lessa iniciou processo para se desfazer da cadeia de bares e restaurantes. Em 2014, O Dádiva encerrou as atividades e os demais foram transferidos para novos proprietários, que, segundo a promotora, não são investigados pelo MP.

"O Allyson tentou ainda blindar seu patrimônio para que não fosse obrigado a pagar o débito com o Fisco", afirma Cláudia. O filho do ex-deputado, que figurava como proprietário de fato da cadeia de bares e restaurantes, transferiu seus bens para o nome de terceiros. 

Resposta

Um dos estabelecimentos alvo das investigações, não pertence mais a família Lessa. Em nota, a assessoria do bar Tizé esclareceu que o empreendimento não tem nada a ver com o esquema de sonegação em questão: 

A administração do bar Tizé esclarece que os atuais proprietários adquiriram o estabelecimento em 2013, através de contrato de compra e venda devidamente registrado perante a Junta Comercial do Estado de Minas Gerais. Os atuais proprietários não possuem nenhum vínculo societário com as empresas ou empresários sob investigação. A sociedade empresária que administra o bar Tizé opera regularmente e com total observância da legislação vigente no recolhimento de suas obrigações sociais e tributárias.

Atualizada às 12h38

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