Reflexo da inflação que acomete o Brasil, mais da metade da população em Belo Horizonte admite ter reduzido o volume de compras neste ano, em comparação com 2021. Pesquisa divulgada nesta segunda-feira (08) pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio MG) mostrou que em 59,9% dos lares o consumo foi menor em julho deste ano.
A afirmação foi feita a partir de um paralelo com o mesmo mês do ano passado. Deste total, 61,7% recebem até dez salários mínimos. Apenas 13,9% das famílias relataram alta de consumo. Apesar da cautela, o levantamento apontou que a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) atingiu 73,1 pontos em julho, o maior índice desde outubro de 2021. O indicador, entretanto, permanece abaixo do esperado, que é acima dos 100 pontos.
O indicador leva em consideração a avaliação dos consumidores a partir de aspectos relacionados à condição de vida familiar, como capacidade e qualidade de consumo a curto prazo, nível de renda doméstica e segurança no emprego. No levantamento, a Federação também afirmou que o índice de emprego atual em BH chegou a 112,7 pontos em julho. O resultado superou em 2,5 pontos o registrado em junho.
Para 30,1% das famílias da capital, o nível de segurança em relação à atual ocupação profissional aumentou no mês. Ainda conforme a pesquisa, o índice que mede a perspectiva profissional dos trabalhadores também subiu em relação a julho, chegando a 94,1 pontos. Conforme a Fecomércio, 42,1% dos entrevistados acreditam em melhorias profissionais para a pessoa responsável pelo domicílio até o final do ano. O analista de pesquisas da Federação, Devid Lima da Silva, afirma que o otimismo dos consumidores reflete a expectativa dos comerciantes de aumento das vendas no segundo semestre.
“As datas comemorativas do segundo semestre favorecem o comércio e, geralmente, contribuem para o aumento significativo das vendas e movimento das lojas. Para poder se adequar a este cenário, grande parte dos empresários investem no aumento do seu quadro de funcionários e em melhorias para os colaboradores, gerando mais oportunidades de emprego e crescimento profissional”, explica.
Apesar da maior confiança sobre os empregos, 91% dos entrevistados não acreditam ser um bom momento para aquisição de bens duráveis. Só 8% da população acredita que o cenário é favorável às negociações.