Aeronaves

Mercado de drones é 4 vezes maior em 2022 do que era em 2017 com queda de preços

Nos últimos cinco anos, o número de aeronaves não tripuladas saltou de 27,8 mil para 94 mil, conforme o dado mais recente

Por Lucas Negrisoli
Publicado em 27 de junho de 2022 | 05:00
 
 
 
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Mais opções, ampliação dos públicos-alvo e, principalmente, barateamento – estas são as razões para o “boom” observado no mercado de drones nos últimos cinco anos. Se, antes, as aeronaves custavam cifras impraticáveis para quem não precisava exclusivamente delas para trabalhar, hoje é possível encontrar – mesmo que com qualidade inferior – algumas poucas centenas de reais.

As tendências fizeram com que o número de drones no Brasil seja quatro vezes maior em 2022 do que foi em 2017, quando a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) começou a divulgar dados sobre a quantidade de máquinas registradas no país. Nos últimos cinco anos, o número de aeronaves não tripuladas saltou de 27,8 mil para 94 mil, conforme o dado mais recente. 

Em Minas, o crescimento foi ainda maior – há pouco mais de 10 mil drones registrados atualmente, contra 2,7 mil no fim de 2017. O Estado tem a segunda maior frota do país, atrás apenas de São Paulo, que tem 31,2 mil. 

A tendência é demonstrada pelos números. Em 2017, no Brasil, a quantidade de drones cadastrados para usos profissionais era quase o dobro dos recreativos, respectivamente, de 18,9 mil e 11,1 mil. Até abril deste ano, o inverso é observado – são 52,9 mil drones de uso não-comercial e 40,8 mil para trabalho.

As informações da ANAC, contudo, ainda são incompletas. No país, só é preciso registrar drones que tenham mais de 250 gramas, o que deixa em aberto a quantidade real de máquinas no céu brasileiro.

Pilotos de drones vão de apaixonados a profissionais

“É uma terapia”, conta o médico Antônio Ferraz, de 72 anos, hobbista que tem dois drones. Ele explica que é interessado em aeromodelismo e fotografia há, ao menos, uma década e, com os anos, a “evolução” para o uso de drones foi natural. 

“Enquanto você está voando você esquece de todos os problemas, até os dos outros. É um campo muito promissor. Tanto do ponto de vista recreativo quanto do profissional. É minha diversão e terapia”, conta.

O profissional da saúde foi encontrado pela reportagem de O TEMPO na Praça da Liberdade, região Centro-Sul de Belo Horizonte, quando estava com o administrador Gustavo Simões, 40 anos, levantando voo.

Os dois fazem parte de um grupo de entusiastas que fotografa a cidade e compartilha a paixão por drones. “Hoje, todo mundo quer comprar um drone”, opina. A atividade, para Simões, é também, parte do ganha-pão.

Ele conta que voa desde 2014 e brinca que deve ter sido um dos primeiros em Belo Horizonte a ter um drone. Nesse período, ele acumulou mais de 20 mil fotografias da capital. 

Em 2020, com a pandemia de Covid-19 e as medidas de distanciamento social, o administrador começou a reunir e publicar as imagens nas redes. “O pessoal gostou bastante. Vi que tinha um mercado. Vendo quadros fine art e faço trabalho para imobiliárias e construção”, completa. 

O administrador Léo Guerra, de 42 anos, está no meio do caminho entre aventar que o drone seja uma fonte de renda e um hobby. Há uma semana, ele trocou a máquina que tinha desde 2019 e pretende, no futuro próximo, transformar o passatempo em trabalho.

“O [piloto de] drone faz parte das profissões que ‘ainda estão para surgir’. Está nascendo um mercado muito diversificado, com máquinas de custo acessível e rentabilidade real. Brinco que, em breve, todos que trabalham em imobiliária terão que saber pilotar”, descreve.

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