A Mineração Usiminas (Musa) se prepara para aumentar ainda mais a produção e a venda de minério de ferro para empresas brasileiras e, principalmente, para o mercado internacional nos próximos anos. A companhia criada em 2010 para suprir a demanda da Usiminas atualmente já comercializa 70% da produção para outros clientes.
Nos últimos anos, a Musa já conseguiu alcançar novos mercados e expandiu bastante o portfólio de clientes internacionais. E essa expansão começou para valer após um período de forte crise econômica internacional, que abalou a cadeia do minério de ferro.
“Infelizmente, a gente atravessou em 2015 e em 2016 um período complicado, a indústria da mineração caiu e teve que reduzir o seu staff e reduzir a produção, mas a partir do ano de 2017 a gente começou a aumentar a produção, melhorar a situação das plantas e a desenvolver um metal internacional. Fomos para o Oriente Médio, para a China e nos últimos dois anos nós conseguimos entrar na Europa. Então hoje temos um nome no mercado, temos um produto no mercado internacional”, afirma Carlos Héctor Rezzonico, diretor-presidente da Usiminas Mineração.
A Musa pretende retomar o Projeto Compactos para triplicar esta capacidade atual. O Compactos é uma continuação do Projeto Friáveis, que foi concluído em 2013 e elevou a capacidade instalada de beneficiamento de ferro de 8 milhões de toneladas de minério por ano para 12 milhões de toneladas por ano. O investimento foi de R$ 700 milhões. Atualmente, a produção está em cerca de 9 milhões de toneladas anuais.
Com o Projeto Compactos, que está em fase de estudos, a capacidade de beneficiamento de ferro na planta pode chegar a 13 milhões de toneladas por ano. A intenção da Mineração Usiminas é alcançar essa marca a partir de 2030.
A produção é toda feita na cidade de Itatiaiuçu, na região de Serra Azul, no Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais. A empresa tem 4 mil funcionários, com a grande maioria da mão de obra saindo de Itatiaiuçu e de cidades próximas, como Itaúna, Mateus Leme e Igarapé.
Em dezembro de 2021, a Mineração Usiminas inaugurou, em Itatiaiuçu, o Sistema de Disposição de Rejeitos Filtrados (Dry Stacking). A nova planta permitiu à empresa encerrar o ciclo de uso das barragens para a disposição dos rejeitos gerados no processo de beneficiamento de minério.
Com investimentos de R$ 235 milhões, a planta de filtragem é totalmente conectada ao processo de beneficiamento. O valor investido também engloba a preparação da área que recebe os rejeitos, formando uma pilha, e o transporte do material entre os dois pontos.
A descaracterização da Barragem Central oficializada pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) em maio de 2022 significou o fim das barragens a montante na Mineração Usiminas.
A área onde ficava a barragem, após as obras de descaracterização e a revegetação, com o plantio de 12 mil mudas de espécies nativas.