Foco no talento

Muitas ideias em pouco espaço 

Escritório abriga profissionais de áreas diferentes e que dispensam excesso de materiais

Por Queila Ariadne
Publicado em 22 de maio de 2016 | 03:00
 
 
 
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Uma arquiteta, uma designer de móveis e interiores e uma cenógrafa. Um produtor audiovisual, outro de trilha sonora e um fotógrafo. Embora de áreas diferentes, eles conseguem dividir espaço e despesas e ainda multiplicam os clientes em casas compartilhadas, onde vários escritórios funcionam ao mesmo tempo. “Quem opta por essa dinâmica do criativo e colaborativo, com troca de serviços e uso compartilhado do espaço, consegue viabilizar um negócio usando de 15% a 30% de moeda financeira, e de 70% a 85% de recursos não monetários”, afirma a futurista Lala Deheinzelin, especialista em economia colaborativa.

A engenheira de produção Isadora Viotti transformou um imóvel em um coletivo de escritórios chamado “Ilha Major”. Lá, trabalham pessoas ligadas à música, produção audiovisual, comunicação, arquitetura e marketing. Cada um tem o seu espaço definido e um profissional acaba ajudando o outro. O preço do aluguel varia de acordo com o tamanho da sala. Os custos de água, luz, limpeza e internet com link dedicado – que é quatro vezes mais cara do que a banda larga – são rateados proporcionalmente.

“É ideal para os profissionais que estão começando e não podem imobilizar o capital, porque no momento é mais importante investir no próprio negócio do que em um imóvel. A ideia é criar aqui a sensação colaborativa, onde as pessoas possam dar palpites em relação à casa, trocar ideias”, afirma Isadora.

Ela mesma quando fez o vídeo institucional e a marca da Ilha usou os serviços dos inquilinos parceiros Coletivo Imaginário, que fez produção e marca, e do Peregrino Music, que fez a trilha sonora. Lá, as arquitetas da Vivero fizeram o layout do espaço do Coletivo Imaginário.

O arquiteto Luis Filipi Araújo integra outro espaço como esse: a Casa Teixeira, que tem cinco escritórios. “O aluguel é de acordo com a área ocupada, os custos fixos são divididos e temos um administrador, mas a planilha é compartilhada e todos colaboram. Outra vantagem é trabalhar junto com profissionais da mesma área para pedir uma opinião e tirar dúvidas sobre legislação”, comenta.

A arquiteta Sarah Dapieve e duas amigas, uma designer e outra cenógrafa, estão montando uma casa coletiva. “Já trabalhávamos juntas em outro espaço compartilhado e, agora, resolvemos montar a nossa. Sozinha, calculo que eu gastaria seis vezes mais, pois não teria condições de contar com a mesma estrutura”, conta.

Para Sarah, não há nenhum problema de concorrência. “O que acontece são parcerias”, ressalta.

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