Referendo histórico

'Não' vence plebiscito na Grécia e país rejeita proposta de credores

Com 95% dos votos apurados, 61,31% haviam optado pelo não, ou seja, não há mais chances de reverter o cenário

Por FOLHAPRESS e Agence France-Presse
Publicado em 05 de julho de 2015 | 16:18
 
 
 
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O "Não" às propostas dos credores da Grécia de novas medidas de austeridade obteve 61,31% dos votos contra 38,69% do "Sim", após a apuração de 95% dos votos, anunciou nesta segunda-feira (noite de domingo no Brasil) o Ministério do Interior grego.

Milhares de pessoas se concentravam na noite deste domingo na praça Syntagma, no centro de Atenas, para comemorar o resultado, apesar das advertências de que a falta de um acordo com os credores poderia representar a saída da Grécia da zona do euro.

Com uma participação de 62,5%, os eleitores gregos se pronunciaram esmagadoramente a favor do "Não" no referendo organizado pelo governo de esquerda radical do premiê Alexis Tsipras, que apoiou este voto para "reforçar seu poder de negociação com a Europa" e fechar um acordo sobre o futuro financeiro da Grécia.

Tsipras destacou que a mensagem do "Não" não foi "uma ruptura" com a União Europeia e assegurou que vai trabalhar para chegar a um acordo o mais rapidamente possível e restabelecer o sistema bancário grego.

ENTENDA A CRISE GREGA

Ao mesmo tempo, no entanto, o resultado pode aumentar a pressão para a Grécia deixar a zona do euro, principalmente se não chegar a algum tipo de acordo com o bloco nos próximos dias.
Tsipras tem dito que a Grécia não deixará a moeda única e que pretende retomar as negociações nesta segunda-feira (6) em busca de uma solução para o país. O ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, afirmou neste domingo acreditar na possibilidade de um consenso em 24 horas.

A questão é como os líderes europeus vão reagir: se pretendem sentar à mesa novamente com a Grécia ou, diante do recado do povo grego, romper definitivamente as relações. A chanceler alemã, Angela Merkel, tem um encontro marcado com o presidente francês, François Hollande, nesta segunda-feira (6) em Paris.

O principal drama dos gregos no curto prazo é o risco de colapso bancário a partir de terça-feira (7), quando as agências do país reabririam depois de uma semana de fechamento e controle de capital. O governo precisa de um novo socorro emergencial do BCE (Banco Central Europeu) para sua liquidez bancária, caso contrário, sem moeda no caixa, corre sério de ser forçado a emitir nova moeda em breve, conforme alertaram autoridades europeias nos últimos dias.

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