Previdência

Para Meirelles, concessões na reforma já atingiram o limite

Ministro diz que é impossível reduzir meta de economia para menos de R$ 600 bilhões


Publicado em 21 de abril de 2017 | 03:00
 
 
 
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WASHINGTON, EUA.Um dia após o relator da reforma da Previdência, deputado Arthur Maia (PPS-BA), apresentar seu parecer com consideráveis modificações no texto original enviado pelo presidente Michel Temer, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tratou de dar seu recado. Ele afirmou que “não há muito espaço sobrando” para mais concessões na proposta que ficou. Questionado sobre o quão disposto estaria o governo de negociar para aprovar a medida no Congresso, o ministro disse que está “no limite ou muito perto dele”.

Meirelles está em Washington na reunião dos ministros de Finanças e presidente de Bancos Centrais do G-20 com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Um repórter local lembrou a ele que a previsão original do governo era economizar R$ 800 bilhões com as medidas contidas na reforma nos próximos dez anos, mas que a flexibilização feita já reduziu essa projeção para R$ 630 bilhões ou menos. Questionado se o limite do governo seria de R$ 600 bilhões, Meirelles disse que “sim, um pouco acima disso”.

O ministro ainda voltou a comentar as previsões de crescimento para o país. Segundo ele, o governo estima um aumento de 2,7% na comparação do último trimestre deste ano ante o mesmo período do ano passado. Para o primeiro trimestre deste ano, ele prevê expansão de 0,5% a 0,7%, na margem. Para o resultado fechado do ano de 2017, a estimativa é de crescimento de 0,5%. Mas, segundo ele, esse crescimento dependerá do equilíbrio fiscal do governo.

Além de Meirelles, em apresentações feitas em Washington por ocasião da reunião do FMI e do Banco Mundial, que ocorre até esse sábado (22), diretores do Banco Central (BC) estão defendendo a aprovação de reformas, em especial a da Previdência, como o caminho para reduzir a taxa de juros estrutural da economia e dar sustentação ao processo de desaceleração dos preços.

Publicadas no site do BC, os apontamentos usados em apresentações feitas na capital norte-americana pelos diretores do BC Carlos Viana (Política Econômica) e Tiago Berriel (Assuntos Internacionais) destacam que as reformas e ajustes promovidos pelo governo estimularam a confiança e reduziram a percepção de risco da economia brasileira.

Expectativa. Ficou visível nessa quinta-feira (21) a expectativa do FMI com relação a aprovação de reformas como a da Previdência. Segundo relatório do fundo, para que o país consiga recuperar o crescimento, será preciso a implementação de ambiciosas reformas que ataquem despesas insustentáveis, como na seguridade social.

Em outro relatório, o FMI prevê uma redução no déficit primário do Brasil nos próximos anos – com superávit primário a partir de 2020 – apoiado na possível concretização de reformas, como a da Previdência, junto a decisões já implementadas, como a aprovação da PEC que limita os gastos públicos nos próximos 20 anos.

Henrique Meirelles sugeriu que não vai fazer promessas diante da alta expectativa de investidores sobre a aprovação da reforma da Previdência no Congresso. “A garantia (de aprovação da reforma) será dada no dia em que for votada no Congresso”, disse.

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