Um estudo feito pelo IPC Maps contabilizou que o Brasil perdeu mais de um milhão de microempreendedores individuais (MEIs) entre abril de 2021 e abril de 2022. O levantamento foi divulgado nesta sexta-feira (19) pela empresa. Ao todo, a pesquisa estima que o número de CNPJs teve uma redução de 5,4% durante o período.
Para chegar aos valores, a empresa utilizou dados oficiais. O responsável pelo IPC Maps, Marcos Pazzini, afirma que o alto número de baixas nos cadastros de MEIs pode ter relação com o baixo teto de faturamento e os altos impostos associados para quem formaliza o cadastro. Partindo para a análise por natureza jurídica, os segmentos de Sociedades Limitadas (Ltdas.) e Anônimas (S/As) foram os que, percentualmente, mais baixaram suas portas (11,2%).
Apesar disso, o destaque fica mesmo para o fechamento de 1.026.570, ou 7,2%, cadastros de Microempreendedores Individuais (MEIs). “O que evidencia o crescimento do empreendedorismo durante a pandemia em função da perda do emprego, bem como a ocorrência de microempreendedores fantasmas com a abertura de novos cadastros (com outros CPFs), visando driblar o teto de faturamento anual de R$ 81 mil”, diz.
Segundo o estudo, os Estados que mais perderam MEIs foram São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, especialmente nos setores de alimentação e vestuário. Em Minas, a queda foi menor, de 79 mil empresas. Atualmente, conforme o estudo, entre 21,1 milhões de empresas ativas no Brasil, quase metade - 11,6 milhões , têm atividades relacionadas a serviços. Na sequência, vem o segmento de comércio com 5,4 milhões e indústrias com 3,4 milhões.
Já negócios relacionados ao agro, o chamado agribusiness, único setor em crescimento, possui mais de 764 mil estabelecimentos. Em relação à distribuição regional de empresas, o Sudeste lidera concentrando 49,3% das unidades. A região Sul, com 18,1%, figura em segundo lugar. Nordeste com 17,4% dos estabelecimentos, Centro-Oeste com 8,9% e o Norte abrangendo apenas 6% das empresas presentes no Brasil.
Na análise quantitativa das empresas para cada mil habitantes, a pesquisa IPC Maps aponta novamente para uma retenção geral. As Regiões Sul e Sudeste seguem no topo da lista com, respectivamente, 127,8 e 121,7 empresas por mil habitantes. O Centro-Oeste aparece com 103,9 e, ainda bem abaixo da média, estão as regiões Nordeste, com 60,3, e Norte, que tem apenas 51,5 empresas para cada mil pessoas.