Nas alturas

Pesquisa mostra pacote de 5kg de arroz por até R$ 30 na Grande BH

Dados do Mercado Mineiro apontam uma variação de até 30% no valor do produto na capital mineira; com alta de 49% em relação a abril, óleo de soja tem custo de até R$7,85 nos supermercados

Por Lucas Morais
Publicado em 07 de setembro de 2020 | 11:31
 
 
 
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Produto essencial na mesa dos brasileiros, o arroz está cada vez mais caro nos supermercados da região metropolitana de Belo Horizonte. É o que apontou um levantamento do site de pesquisas Mercado Mineiro, realizado em 1.759 estabelecimentos entre os dias 2 e 5 de setembro. Conforme os números, o pacote de 5kg do alimento é encontrado por até R$ 29,98 – a variação dos preços ficou em torno de 30%.

Já entre as marcas mais em conta, o arroz branco sai entre R$ 15,49 e R$ 22,98 nas cidades da região. Em abril, o produto custava entre R$ 12,77 e R$ 18,44, número que é até 46% menor que o cobrado atualmente. Outro item básico na alimentação das famílias e que preocupa por conta do aumento é o óleo de soja. De acordo com a pesquisa, a unidade com 900 ml pode custar até R$ 7,98 nos mercados, um crescimento de até 49% na comparação com abril, quando saia por até R$ 4,52.

O preço do feijão das gôndolas dos supermercados também está salgado. O Mercado Mineiro identificou valores entre R$ 6,49 e R$ 8,98, uma variação de 38,27% no pacote de um quilo. Em agosto, o produto saia em média por R$ 6,99, contra um custo médio de R$ 7,52 atualmente. O levantamento ainda identificou uma alta no preço do litro de leite, que sai entre R$ 3,69 e R$ 5,08.

Para o coordenador da entidade, Feliciano Abreu, a única alternativa dos consumidores é pesquisa entre os supermercados antes de fazer a compra. "Todos nós já estamos sabendo do aumento que tem acontecido nos produtos de supermercados, mas realmente nos últimos dias o arroz e o óleo de soja dispararam. Foi uma surpresa muito desagradável para quem está fazendo a compra do mês, porque são produtos de primeira necessidade", acrescentou.

Impacto na cesta básica

A alta dos alimentos de primeira necessidade já influenciou na cesta básica. Após dois meses consecutivos de queda, os itens básicos tiveram uma alta de 3,69% na capital mineira, conforme pesquisa do Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis (Ipead) da UFMG divulgado na última sexta-feira (4).

E não está barato levar esses itens básicos para casa: conforme a entidade, a alimentação sai por R$ 478,86, quase metade do salário mínimo. No acumulado do ano,  os valores cresceram 3,14% e, na comparação com o mesmo período de 2019, o índice é ainda maior, de 12,41%.

O presidente Executivo da Associação Mineira dos Supermercados (AMIS), Antônio Claret Nametala, alegou que a culpa pela elevação dos preços nos estabelecimentos é das exportações. "O consumidor tem buscado comprar mais produtos básicos, de uma forma intensa, e isso elevou a demanda. Do outro lado, temos uma redução da oferta, já que os fornecedores estão mandando mais os produtos para fora", declarou.

Conforme Claret, a entidade já acionou o Ministério da Agricultura e o governo federal para que sejam criadas alternativas, como a isenção de impostos sobre os produtos e a criação de estoques reguladores. "A pressão desses preços não vem dos supermercados. As margens já estão achatadas e os produtos estão chegando muito mais caros", defendeu.

 

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