Temporários

Previsão é contratar 7,7% a menos, mas pode ser pior 

Comércio prevê 1.549 vagas, mas em 2014 chamou só 18% do estimado

Por Queila Ariadne
Publicado em 07 de outubro de 2015 | 03:00
 
 
 
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Se até o ano passado as expectativas de fim de ano giravam em torno de quantos por cento dos temporários seriam efetivados depois do Natal, agora a preocupação não é se eles vão ficar, mas se terão a chance de entrar. Segundo pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-BH), 72,6% dos empresários já deram certeza que não abrirão vagas e 15,8% ainda vão pensar. Entre os que pretendem contratar, a previsão é gerar 1.549 empregos. São 7,74% a menos em relação às contratações do fim ano passado. Entretanto, a queda pode ser ainda muito maior. Em 2014, nessa mesma época, a CDL calculou que o comércio abriria cerca de 9.400 postos. Mas, na prática, só 1.680 temporários foram chamados, só 18% da meta estimada.

O vice-presidente da CDL-BH, Marco Antônio Gaspar, afirma que em 2015 menos lojistas estão dispostos a contratar por causa da crise. “Nós gostaríamos de estar crescendo. Ainda estamos no início do buraco em relação à crise e esse número (queda) pode ser ainda maior e ano que vem pode ser pior ainda se o governo não tratar de melhorar a sua gestão em todos os âmbitos federal, estadual, e municipal”, ressalta.

Segundo a economista da CDL-BH, Ana Paula Bastos, a intenção de não contratar nunca foi tão alta como agora. “A quantidade de empresários que não abrem vagas temporárias nunca passou de 30% a 40%. Agora está em mais de 70%%. Isso é resultado do quadro atual onde a inflação tira o pode de consumo e as vendas caem. Estamos em um ano de retração, que já acumula queda de 3,13% de janeiro a julho”, avalia.

A pesquisa foi feita por amostragem com 97 lojistas. Desses, só 11,6% garantiram que abrirão vagas, sendo 80% para vendedores, 10% para caixas e 10% para fiscal de loja.

Na avaliação da economista, os empresários estão cautelosos, planejando estoques menores e investindo cada vez mais na eficiência de produtividade. “Devido a esse momento, acredito que haverá um remanejamento entre os funcionários. Se um temporário for bom, ele poderá ficar no lugar de um que já está”, analisa Ana Paula. 

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