No último mês, o preço da cesta básica diminuiu, em média, em Belo Horizonte. Mas as quedas que se começa a ver nos alimentos não foram o bastante para deixar a alimentação fora de casa mais barata ou pelo menos no mesmo patamar que estavam neste período do último ano. O site de pesquisa Mercado Mineiro divulgou, nesta segunda-feira (20), um levantamento sobre o preço médio do almoço em restaurantes e lanchonetes da capital e encontrou aumentos em quase todas as opções.
Almoçar fora por 20 dias úteis no mês em BH não sai por menos de R$ 354,20, em média. O valor considera o preço médio do marmitex pequeno na capital, R$ 17,11, que ficou 5,2% mais caro em um ano. Se o trabalhador escolher o marmitex grande, cujo preço médio é R$ 22,10, o valor sobe para R$ 442. Se a opção for o self-service, 500g diários somam R$ 585,20. Adicionar um suco ou uma lata de refrigerante ao pedido aumenta a conta. O preço médio do copo de 300 ml de suco de laranja é R$ 6,01 (R$ 120,20 por mês). O refrigerante custa R$ 5,43 (R$ 108,60 mensais).
No restaurante Inevitável Sabor, na Savassi, por exemplo, o quilo do self-service aumentou de R$ 46,90 para R$ 49,90 desde o último ano, segundo a proprietária, Mirele Carvalho. A alta, porém, não é o bastante para cobrir os custos do restaurante. Para não reduzir a qualidade dos alimentos e correr o risco de perder clientes, o negócio cortou a equipe — antes da pandemia, eram oito funcionários, além de Mirele e a mãe, total que caiu para três atualmente. “Eu faço o serviço de três pessoas. Tudo vem encarecendo, eu pago o dobro de gás e de aluguel do que era antes da pandemia e não consigo repassar o valor todo para o cliente. Hoje, não consigo margem de lucro. Estou ou no cheque especial ou devendo um ou outro, ficando no zero a zero”, detalha a empreendedora.
O Mercado Mineiro percorreu 86 restaurantes e 17 lanchonetes em BH e encontrou variações de mais de 600% do preço entre eles, guardando as diferenças de qualidade e variedade do cardápio.
Comida menos saudável é mais barata em BH
A exemplo do refrigerante, que custa menos do que o suco natural, trocar o arroz com feijão por um coxinha ou um hambúrguer em Belo Horizonte é mais barato para o trabalhador, embora, em geral, possa ser menos saudável. Com o aumento do custo de vida no Brasil, cresce o número de brasileiros que trocam o PF por salgados — entre 2019, antes da pandemia, e 2022, foram consumidos 170 milhões a mais de salgados em alguns das principais regiões metropolitanas do país, segundo a consultoria Kantar.
Em BH, salgados também ficaram mais caros desde 2022. O preço do salgado simples aumentou 3,7%. Ainda assim, almoçar um salgado e um refrigerante por 20 dias (R$ 205) é 72,6% mais barato do que comer um marmitex pequeno, a opção com o menor preço entre os almoços.
Pão de queijo fica estável e cafezinho fica mais barato em BH
Na contramão do almoço, o café da manhã em BH ficou mais em conta entre 2022 e 2023, dependendo da escolha do consumidor. O preço do café comum caiu 8,4% e, hoje, é R$ 2,21. O café expresso de 60ml não teve variação e continua custando R$ 6. Já o café com leite de 300ml aumentou quase 16% e chega a R$ 3,61.
O pão de queijo ficou 0,9% mais caro, R$ 0,03 de diferença em comparação a 2022, e custa, em média, R$ 3,50. O misto quente aumentou mais (4%), mas ainda menos de um real, e sai por R$ 8,46. A pesquisa completa, com todos os itens e endereços avaliados, está disponível no site do Mercado Mineiro.