Sem chance

Racionamento de energia no país é descartado neste ano 

Com mais térmicas, ligações e recursos, presidente da Eletrobras nega restrição no consumo

Por Helenice Laguardia
Publicado em 18 de maio de 2015 | 03:00
 
 
 
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Com quase 50 anos de experiência no setor elétrico – que serão completados no ano que vem –, o presidente da Eletrobras, o mineiro José da Costa Carvalho Neto, 68, dá a impressão de que vai tudo bem, a partir de um discurso otimista, a começar pelo descarte de um racionamento, mesmo diante do pior período hidrológico. “Neste ano é praticamente impossível ter racionamento, considerando uma projeção de carga. As chances são muito pequenas”, tranquiliza o executivo, que fez palestra durante encontro do World Trade Center de Belo Horizonte (WTC BH), na semana passada.

Costa explicou que o sistema hidrelétrico é planejado para ter um risco de déficit de 5%. “Neste ano, a probabilidade é inferior a 6%”, conta. No ano que vem, ainda é preciso ver as condições. “Iniciamos o ano com 18% nos reservatórios, mas com mais térmicas, ligações e recursos, acredito que a probabilidade (de racionamento) no ano que vem seja pequena também”, analisou o engenheiro. Sobre os investimentos, Costa citou as novas linhas de transmissão com 7.000 MW e que vão entrar em operação. Dessas, a Eletrobras participa com 2.000 MW.

Quanto ao índice médio do reservatório brasileiro, Costa informou que está em torno de 35%. E vem aí um outro desafio do setor elétrico no país. “Agora, estamos partindo para fazer a grande viagem, que é enfrentar o período seco para chegarmos em novembro com o tanque em 35%”, disse o engenheiro eletricista.

Tarifa. O consumidor ainda terá que amargar contas de energia elevadas. É que com o uso das térmicas, ao menos três vezes mais do que o normal, de acordo com Costa, é preciso jogar esse custo no valor da tarifa. “Mas isso não é um fator estrutural, é conjuntural. Depois, quando deixa de usar (as térmicas), volta ao normal. Em vez de queimar óleo, vai usar água que tem no reservatório”, tranquilizou.

Por isso, o presidente da Eletrobras acredita que em 2016 a situação não melhora muito, pois ainda vai depender do volume de chuva. “A partir de 2017, a tarifa já começa a reduzir, principalmente pela chuva. Historicamente, nunca tem um período que fica tanto tempo assim”, disse, referindo-se à seca.

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