Salário subiu mais que custo de vida em BH 

O salário mínimo cresceu mais do que a inflação ao longo dos últimos 20 anos, segundo balanço divulgado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas e Administrativas (Ipead) e Faculdade de Ciências Econômicas (Face) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
 

Desde que o Plano Real foi lançado, em 1994, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) variou 360% em Belo Horizonte, o valor da cesta básica aumentou 487,93% e o salário mínimo ficou 1.017,45% maior, passando de R$ 64,79 em julho daquele ano para os R$ 724 atuais.

Isso significa que o custo de vida na capital aumentou 3,6 vezes, enquanto o salário mínimo cresceu 10,16 vezes. “Isso mostra como o poder de compra da população avançou, porque a remuneração subiu bem mais do que os preços médios em geral”, diz o economista e coordenador de projetos do Ipead, Renato Mogiz. Entre os produtos e serviços que ficaram mais caros, o gás de botijão lidera a lista, com 1.082,29% de variação, seguido do feijão carioquinha, cujo preço aumentou 1.023,33%. Por outro lado, houve queda no valor de alguns produtos, como televisões (-40,95%) e automóveis usados (-68,25%).

De acordo com Mogiz, os dados confirmam o “boom” de consumo observado no mercado nos últimos anos. “O aumento da renda da população explica o maior consumo tanto em termos de qualidade como de quantidade”, afirma.

O poder de compra, para ele, deve continuar a crescer daqui para frente, desde que os próximos governos mantenham medidas que estimulem o consumo. “Se não houver mudanças na política econômica e conjuntural, a situação deve continuar a mesma”, diz o economista.