Tecnologia

‘Smartphone é parte do corpo do brasileiro’

Oito em cada dez possuem dispositivo

Por Ludmila Pizarro
Publicado em 19 de outubro de 2016 | 03:00
 
 
 
normal

São Paulo. Oito em cada dez brasileiros têm um smartphone. E quem tem não se desgruda dele, aponta uma pesquisa realizada pela Deloitte sobre hábitos com o dispositivo. Entre os entrevistados, 37% admitem que buscam pelas mensagens instantâneas no aparelho se acordam no meio da noite, e 28% deles respondem caso tenham recebido alguma mensagem nova. A primeira coisa a fazer ao acordar é conferir o aparelho para 32% dos brasileiros, e 48% sempre dão uma olhada na tela cinco minutos antes de dormir. “O smartphone faz parte do corpo do brasileiro”, resume Márcia Ogawa, sócia da Deloitte Brasil.

Segundo a executiva, a pesquisa aponta que o mercado de telecomunicação tem potencial no país. “O fato de o consumidor ser ávido pela tecnologia e estar muito à vontade para usar o smartphone facilita o uso de aplicações digitais nas empresas. Isso abre um novo espaço para aquelas que ainda não estão estabelecidas entrarem no Brasil”, avalia ela.

A taxa de crescimento do uso do smartphone também impressiona. Em 2013, apenas 29% dos entrevistados pela pesquisa utilizavam um celular inteligente, o que mostra um crescimento de 176% em três anos. “Apesar de um poder aquisitivo mais baixo que o de outros países, 80% responderam que já possuem um smartphone. É um número muito alto, próximo de países desenvolvidos”, afirma Ogawa. De acordo com o estudo, a média mundial é de 81%.

O levantamento da Deloitte foi feito em 31 países e ouviu, no Brasil, 2.005 pessoas. “A pesquisa foi realizada em todas as regiões geográficas do Brasil, em todas as classes sociais e em todas as idades. Por isso, 80% é um percentual muito alto. O brasileiro adota tecnologias muito rapidamente”, opina Márcia.

A sócia da Deloitte Brasil atribui essa característica brasileira a uma cultura local. “O brasileiro gosta de conversar, é muito comunicativo”, diz. “Percebemos isso na adoção de mensagens instantâneas e de mídias sociais, que é muito alta no país”, completa.

Queda. Paralelamente, quase 500 mil linhas móveis foram desativadas em agosto no país, segundo a Anatel. Entre os motivos estão os serviços de mensagens.

[infografico ID] 1.1387324 [/infografico ID]

Minientrevista

Márcia  Ogawa
Deloitte Brasil

Como esta pesquisa ajuda o mercado de telecomunicações a enxergar oportunidades?

A pesquisa mostrou ao mercado de telecomunicações que o Brasil ainda tem muito para crescer, tanto nas formas tradicionais como oferecendo plataformas de Internet das Coisas (IoT). As empresas já estabelecidas no país poderão construir seus “layers” (camadas) em cima da conectividade para oferecer aplicações aos seus clientes sem ficar restrito ao transporte de conectividade e aumentar a sua cadeia de valor. Para empresas que querem entrar no Brasil, o leque aumenta porque a IoT traz outros modelos de negócios.

Esse processo pode atrair investimento estrangeiro?

Certamente. Investidores de outros países passam a enxergar o Brasil como um local onde terão muitos consumidores, ávidos por tecnologia. Isso vai facilitar o processo de digitalização das próprias empresas.

E o Brasil está preparado para a Internet das Coisas?

Temos tanta carência em custos e deficiências logísticas que o inventivo para IoT no Brasil poderá ser maior que em países desenvolvidos. Temos também um ambiente mais propício a fraudes, isso faz com que as aplicações de IoT sejam mais contundentes.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!