O setor de supermercados pretende investir R$ 700 milhões em Minas Gerais neste ano, com abertura de 75 novas unidades e geração de 8.000 empregos no Estado. Os números foram apresentados nessa quinta-feira (13) pela Associação Mineira de Supermercados (Amis).
Segundo a entidade, em 2020 é esperado crescimento de 4,5% nas vendas em relação a 2019. No ano passado, a alta nas vendas em Minas foi de 4,22%, ligeiramente acima dos 4% previstas no início de 2019.
Caso as perspectivas para o varejo se confirmem, o faturamento do setor deve aumentar R$ 1,6 bilhão durante este ano, totalizando R$ 38,9 bilhões em dezembro de 2020, ante somatório de R$ 37,3 bilhões em 2019.
No Brasil, a perspectiva é de crescimento de 3,9%. Em 2019, o percentual para Minas ficou acima da média nacional, que foi de 3,62%.
A expectativa de geração de empregos também é melhor neste ano. O número de contratados deve ser 2,6% maior do que o observado em 2019, quando 7.795 vagas foram criadas.
Em Minas, o maior crescimento no ano passado foi observado na região central, que engloba a capital e seus arredores, com avanço de 6% nas vendas. O pior resultado ocorreu na Zona da Mata, com 2,6% no mesmo período.
Apesar disso, o presidente executivo da Amis, Antônio Claret Nametala, diz que as boas perspectivas dependem do andamento das reformas econômicas propostas pelo governo federal, que prometem aquecer a economia no Brasil.
As principais pautas acompanhadas pelos empresários, afirma, são as mudanças tributárias e administrativas.
“As projeções para este ano são positivas. Vamos ter alguns ajustes na economia, como tivemos na Previdência, mas o aquecimento deve se dar de forma equilibrada”, ressalta.
Fragmentação
Em relação a anos anteriores, observou-se em 2019 fracionamento dos resultados no final de ano, que desta vez foram divididos entre os meses de novembro e dezembro.
Antes, o último mês do ano costumava ser sempre superior ao anterior, coisa que não ocorre mais. Segundo Nametala, os números refletem a consolidação da Black Friday no Brasil.
Para os próximos anos, uma nova data também deve entrar em jogo – a “Semana do Brasil”, que ocorre em setembro.
A expectativa do empresariado é de que esse projeto, que começou no ano passado, mostre resultados em três anos.
Lojas
Ao contrário do projetado para 2019, lojas de bairro cresceram mais do que as “express”, unidades menores do varejo. No ano passado, foram abertas 32 lojas de vizinhança, contra sete no outro modelo.
Preços de hortifrútis podem cair
Apesar de os preços de hortifrútis na capital terem subido em até 140,8% no último mês devido às fortes chuvas que atingiram Belo Horizonte e região, a tendência é de queda nos supermercados nos próximos meses, afirma o presidente executivo da Amis, Antônio Claret Nametala.
Segundo ele, a situação deve ser normalizada e a oferta de produtos voltará aos patamares anteriores.
Ele ressalta que várias lojas foram atingidas em todo o Estado, e que o setor se preocupa com a falta de oferta. Contudo, isso ainda não afetou a operação dos supermercados.
“As empresas agiram rápido para se reorganizar e reabrir as portas. São fatos que pesam muito, mas precisamos ver a extensão disso. Se refletir significativamente na nossa atuação, informaremos à população”, diz.