Brasília. Enquanto o governo promete uma revolução nos custos da energia elétrica, com a extinção da cobrança dos encargos setoriais, a avaliação de executivos do setor é que a medida só é uma correção de distorções. Alegam que o Tesouro Nacional terá uma tarefa fácil ao assumir o custo de penduricalhos que já perderam a razão de existir.
Na semana passada, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, revelou que a presidente Dilma Rousseff deve anunciar em breve o fim da cobrança de todos os encargos, uma espécie de imposto que encarece a conta de luz. Pelas contas da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), órgão responsável pela fiscalização do setor, para financiar programas específicos, os consumidores pagam dez encargos que, juntos, garantem R$ 18 bilhões aos cofres públicos por mês.
Para executivos do setor elétrico, a eliminação desses encargos é o caminho para reduzir o valor pago pela energia no país. Não chega a ser uma inovação, porque já defendemos o fim dessas cobranças há mais de sete anos. Mas nesse caso a remoção dos obstáculos não deixará de ser uma medida importante de estímulo, avalia o presidente da Associação Brasileira dos Investidores em Autoprodução de Energia (Abiape), Mário Menel.