Victory Eventos cresce sem depender do mercado atual 

Quando você entrega o seu carro a um manobrista num evento social, tem um batalhão de 30 pessoas, no mínimo, na retaguarda entre o guardião de colete – que toma conta dos carros – o guarda-chaves dos carros, os manobristas e o coordenador. “Os bastidores de uma festa são bem mais complexos do que se vê no visual”, conta a sócia-proprietária da mineira Victory Eventos, Elizabeth Marques Ribeiro, 62. Mas se a atividade é cheia de detalhes, por outro lado, o mercado é muito bom e funciona bem com crise ou sem crise.

Há 22 anos na área de eventos de Belo Horizonte – com serviços de manobrista para eventos sociais e cerimonial de festas – Beth Ribeiro, como é mais conhecida, conta que até queria diminuir o ritmo de trabalho, mas não consegue. “Estou trabalhando muito, o mercado está bom demais”, conta. Tal euforia se explica pelo serviço a diversas idades. “Quem fez comigo a festa de 15 anos agora está casando, quem eu casei está fazendo 40, 50 anos. Então, não paro, tenho negócio direto”, diz, animada. O resultado de tanto empenho também tem se refletido no faturamento, que cresce cerca de 15% ao ano.

Manobra. Se a Victory faz dois eventos sociais completos por mês, com valores que vão de R$ 100 mil até o infinito, a demanda por manobrista é imensa. “Tenho feito dez festas por semana no trabalho de manobra por causa de eventos empresariais na capital”, calcula.

Beth explica que o belo-horizontino percebeu que não dá mais para fazer evento sem manobrista. “Se todo mundo está reclamando da crise no mercado, na área de eventos não tem crise”.

E haja gente para trabalhar. Numa festa como a posse da nova diretoria da ACMinas – que custou um total de R$ 130 mil, para 600 pessoas – foram utilizados 28 manobristas, sendo necessários 50 homens distribuídos entre as funções. “A manobra é calculada pelo número de convidados, local e horário”, explica.

Para cada acontecimento tem um cálculo diferente, mas o serviço de manobra não custa menos do que R$ 900, num evento pequeno como, por exemplo, a inauguração de uma butique. “Fica supersimpático, a mulher pode usar o salto que quiser, a joia que quiser, é um conforto muito grande”, explica. No outro extremo, a empresária já prestou serviço de manobra que custou R$ 17 mil. Mas Beth conta que esse mercado de festa com manobrista se consolidou mesmo há cerca de um ano e meio em BH.

Casamentos
IBGE. Em 2013, 1,1 milhão de casamentos foram realizados no Brasil, segundo o IBGE. E, de acordo com a Abrafesta, em 2014, esse mercado teve receita de cerca de R$ 20 bilhões.

Percepções
Para Beth Ribeiro, cada evento é único Uma festa custa de R$ 100 mil ao infinito. “O meu infinito foi R$ 800 mil num casamento que fiz em Belo Horizonte”, lembra.

A empresária está com uma festa para fazer, de 15 anos, e a mãe da menina disse que “só” tem R$ 70 mil de orçamento. “O segredo é adequar o sonho do cliente ao orçamento, à felicidade dele”, ensina.

Gosto por festas existe desde os tempos de criança em JF

Nascida em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, Beth Ribeiro gostava de fazer festinhas desde criança. “Eu era até monitora”, conta a sócia-proprietária da Victory Eventos.

Quando se mudou para Belo Horizonte, trabalhou na Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), mas largou o emprego para montar a empresa e realizar um sonho. “Fui fazer o que eu sempre gostei desde criança”, afirma a empreendedora.

Ela não conta quanto gastou para começar o próprio negócio. “Abri no peito e na raça”, lembra a empresária, que diz não ter concorrente. “É porque nos especializamos num tipo de serviço que é social, nós segmentamos, nem formatura fazemos”.

Para Beth, receita de sucesso é ter garra. E haja fôlego porque os serviços numa festa duram 10 horas.