Vinícola Casa Geraldo produz 2,5 milhões de litros por ano

Há 47 anos no mercado, a Vinícola Casa Geraldo em Andradas, no Sul de Minas, está produzindo 2,5 milhões de litros por ano distribuídos em 54 rótulos, sendo 15 deles de vinhos e espumantes finos. Com vinhedo, vinícola, expedição e comercialização em quatro lojas próprias, o negócio nasceu baseado na vontade do italiano Geraldo Marcon – que veio de Vicenzo para trabalhar em lavouras de café – de produzir seu próprio vinho. A perenidade do negócio ficou por conta dos três netos: o agrônomo Luiz Carlos, o enólogo Carlos Geraldo e o diretor comercial Michel Marcon.

“Minas tem vinho e tem espumante”, garantem os irmãos Marcon, como são conhecidos no mercado. E tem vinícola de médio porte, inclusive. Em 220 hectares de uvas plantadas, desses, 35 hectares são dedicados aos vinhos finos. Com duas safras anuais, a Vinícola Casa Geraldo faz duas podas e duas colheitas anuais – uma de verão e outra de inverno. “A colheita de inverno é inovação pura com a tecnologia da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) de Caldas, no Sul do Estado”, contou a agente de negócios da Casa Geraldo em Belo Horizonte, Markelly Ortlieb.

Na fazenda. Em Andradas, onde estão três lojas da vinícola, sendo uma delas na fazenda São Geraldo, o visitante pode fazer o circuito enogastronômico. “Ele conhece o terroir da Serra da Mantiqueira (características do microclima que descrevem as plantas daquela região)”, disse Markelly.

Na vinícola em Andradas dois vinhos são 100% de terroir mineiro – Shiray e Sauvignon Blanc. “Eles nasceram, cresceram e se multiplicaram em Andradas, 100% processados em Andradas”, explicou. Isso porque os outros vinhos passam pela prática da empresa que se chama o aporte de uvas. Essa estratégica, segundo Markelly, é muito comum nas vinícolas, inclusive nas da Europa. “A uva pinot noir nunca vai nascer na Serra da Mantiqueira porque tem características diferentes, então, vamos buscar essa uva em Caxias, no Sul, onde temos fazendas arrendadas que nos fornecem uvas finas para fazer espumante”, contou. O processo ainda consiste em colocar as uvas no caminhão refrigerado que é enviado para Andradas. “A Casa Geraldo faz questão de elaborar o vinho. Todos eles são processados na nossa adega”, explicou.

Na vinícola, o visitante também vai conhecer a área de vinificação, onde é produzido o vinho. São tanques de aço inox e áreas de envase e rotulagem da bebida. “Isso faz com que a vinícola seja de médio porte porque tem uma estrutura industrial, desde a produção, passando pela elaboração com vinhedo e vinícola, expedição e comercialização em lojas próprias”, detalhou.

Belo Horizonte. A loja da Casa Geraldo de Belo Horizonte vendeu 18 mil garrafas de vinhos e espumante no varejo da capital no ano passado. “Somente nas mesas de bares e restaurantes da capital mineira colocamos 6.800 garrafas”, contou Markelly, que conta com 120 clientes cadastrados em BH e região metropolitana.

Na loja de BH, além das outras três em Andradas, o cliente tem preços de vinícola, como se estivesse tratando com o produtor. “Isso faz diferença para o cliente final que encontra um vinho sem nenhum repasse”, disse a agente. É que quando um vinho sai da fazenda, ele passa pelo distribuidor, atacadista e supermercado. “Aqui na loja, ele terá excelente qualidade com preços de R$ 21 até R$ 65 para vinhos finos e espumantes de R$ 35 a R$ 65”, concluiu.

Bruxelas. Três produtos da Casa Geraldo já foram premiados com medalhas em Bruxelas: Alma Sauvignon Blanc, vinho tinto Shiray e espumante Rosé Brut Pinot Noir.

Grandes números

R$ 2 mi investidos em vinagreira, que faz o vinagre do vinho

18 mil garrafas vendidas ao ano pela loja de Belo Horizonte

220 hectares de uvas plantadas na fazenda São Geraldo