As inscrições para o Concurso Nacional Unificado (CNU) foram abertas nesta quarta-feira (1º) com 3.652 vagas em 36 órgãos federais e salários que chegam a R$ 16.413,35. Apenas cinco carreiras, no entanto, oferecem essa remuneração inicial. O CNU 2025 já registrou mais de 100 mil inscritos em menos de 24 horas.
Elas são as de especialista em regulação de petróleo, derivados, álcool e gás da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), com quatro especialidades diferentes, e a de especialista em regulação da atividade cinematográfica e audiovisual da Agência Nacional do Cinema (Ancine).
- Bloco 3 - ANP - Especialista em regulação de petróleo, derivados, álcool e gás - Geologia e geofísica - 15 - R$ 16.413,35
- Bloco 4 - ANP - Especialista em regulação de petróleo, derivados, álcool e gás - Engenharia - 12 - R$ 16.413,35
- Bloco 6 - ANP - Especialista em regulação de petróleo, derivados, álcool e gás - Geral - 12 - R$ 16.413,35
- Bloco 6 - ANP - Especialista em regulação de petróleo, derivados, álcool e gás - Economia - 11 - R$ 16.413,35
- Bloco 6 - Ancine - Especialista em regulação da atividade cinematográfica e audiovisual - Geral - 10 - R$ 16.413,35
Embora tenham a mesma denominação, os quatro cargos da ANP aparecem em blocos temáticos diferentes no edital. Por isso, o candidato precisa estar atento ao eixo escolhido no momento da inscrição.
Por que esses cargos são os com maiores salários?
Para Vitor Kessler, professor do Gran Concursos, a alta remuneração neste cargos está ligada a fatores específicos das funções e à tradição de valorização das carreiras nas agências reguladoras.
Ele afirma que o salário mais alto oferecido em algumas carreiras do CNU se justifica por uma combinação de fatores históricos, institucionais e técnicos. Segundo ele, grande parte das vagas ofertadas no concurso está vinculada ao chamado "carreirão" do Executivo Federal - o Plano Geral de Cargos do Poder Executivo (PGPE) - ou a outras carreiras transversais, de menor complexidade e prestígio institucional.
"Já as agências reguladoras, como a ANP, possuem carreiras próprias, mais recentes, estruturadas desde sua criação com remuneração mais atrativa, como forma de garantir quadros técnicos altamente qualificados para lidar com setores estratégicos e regulados da economia", diz.
No caso da ANP, Kessler explica que os especialistas em regulação exercem funções técnicas, econômicas e de fiscalização no setor de petróleo, gás natural e biocombustíveis, considerado estratégico para a soberania energética e o desenvolvimento do país.
"Esses profissionais são responsáveis por analisar dados técnicos, elaborar normas regulatórias, acompanhar contratos bilionários de concessão e partilha, além de garantir a segurança e a transparência nas operações das empresas do setor. Trata-se, portanto, de uma carreira de Estado com alto grau de complexidade e impacto público, que exige formação especializada e decisões com grande responsabilidade técnica e institucional", afirma.
Cargos da ANP exigem formações distintas
Embora tenham a mesma denominação, os cargos de especialista em regulação da ANP estão divididos entre diferentes especialidades e blocos temáticos do edital. Ao todo, são quatro variações: engenharia (bloco 4), economia (bloco 6), geologia e geofísica (bloco 3) e uma especialidade geral, também no bloco 6.
Vitor diz que essas especialidades impactam diretamente na rotina dos servidores. "O profissional da especialidade de engenharia atua em atividades regulatórias relacionadas à segurança operacional de instalações, avaliação de projetos de infraestrutura e regulação técnica de processos como refino, transporte e armazenamento de combustíveis", diz.
Já os especialistas em geologia e geofísica lidam com a análise de dados geológicos, interpretação sísmica, avaliação de reservas e estudos sobre o potencial energético das bacias sedimentares (funções de alta complexidade científica).
Na especialidade de economia, o foco é a regulação econômica: análise de mercado, modelagem tarifária, formação de preços, estudos de impacto regulatório e monitoramento de políticas públicas que afetam a cadeia produtiva de petróleo, gás e biocombustíveis.
A especialidade geral é mais abrangente e permite atuação em áreas técnicas de suporte à regulação, análise de dados e elaboração de estudos estratégicos. "Ela é frequentemente ocupada por profissionais com formação diversa, como engenheiros, geocientistas ou tecnólogos", diz Kessler.
Com a oferta dispersa entre blocos diferentes, o especialista orienta que os candidatos avaliem com cuidado sua formação, trajetória profissional e afinidade com os conteúdos cobrados.
"A escolha entre os blocos 3, 4 e 6 deve ser estratégica: envolve não apenas o conteúdo programático das provas, que varia de forma significativa entre as especialidades, mas também as atribuições que o cargo exigirá após a posse", afirma.
Veja o calendário do CNU 2025
- Inscrições - das 10h de 02/07/25 até 23h59 de 20/07/25 (pagamento até 21/07)
- Solicitação da isenção da taxa de inscrição - 02/07/2025 a 08/07/2025
- Prova objetiva - 05/10/2025
- Convocação para prova discursiva - 12/11/2025
- Convocação (confirmação de cotas e PcD) - 12/11/2025
- Envio de títulos - 13/11/2025 a 19/11/2025
- Procedimentos de confirmação de cotas - 8/12/2025 a 17/12/2025
- Prova discursiva para habilitados na 1ª fase - 07/12/25
- Previsão de divulgação da primeira lista de classificação - 30/01/2026