A educação é um dos pilares do desenvolvimento de um país, mas no Brasil, enfrenta entraves estruturais. Entre os principais desafios estão a descontinuidade de políticas públicas — frequentemente interrompidas ou reformuladas a cada novo governo —, a falta de lideranças motivadas nas escolas para implementar projetos educacionais, a evasão escolar e outros problemas diretamente ligados à vida do estudante.

No O TEMPO Entrevista de sábado, 23 de agosto, o convidado é Rodrigo Godoy, CEO da Fundação da Gide, uma instituição sem fins lucrativos dedicada à melhoria da educação básica no Brasil. Desde sua criação, a entidade já impactou mais de 10 milhões de alunos e qualificou 1 milhão de educadores em 9 mil escolas de 12 estados brasileiros.

Em Minas Gerais, a Fundação da Gide está presente em 819 das 3.400 escolas da rede pública, mas também acumula casos de sucesso em estados como Ceará, Rio de Janeiro, Pernambuco e no município de Manaus.

O futuro

A educação básica — que engloba a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio — é a etapa mais importante da formação dos alunos. É nela que se consolidam as bases cognitivas, sociais e emocionais. Investir nessa fase, com foco na aprendizagem na idade certa, é fundamental para evitar defasagens difíceis de recuperar.

Estudos mostram que crianças alfabetizadas até os sete anos têm mais chances de avançar com sucesso na vida escolar, impactando diretamente sua trajetória pessoal e profissional.

Além da qualidade do ensino, o envolvimento da comunidade é fator decisivo para o sucesso educacional. Famílias participativas, projetos sociais, redes de apoio e iniciativas locais fortalecem o vínculo entre os alunos e a escola. Outro ponto fundamental é o papel da liderança escolar e comunitária: diretores, coordenadores e líderes locais engajados fazem a diferença no clima escolar, na gestão pedagógica e no estímulo à permanência dos estudantes. Onde há liderança comprometida, os resultados tendem a ser mais positivos.