BRASÍLIA - O prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), afirmou nesta quinta-feira (10) que aceitaria como seu secretário da Fazenda o ex-ministro da Economia Paulo Guedes, caso o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) o indicasse.  

“Se ele indicar o Paulo Guedes como secretário da Fazenda, está aceito. Eu tenho hoje um secretário fantástico, Luis Arellano, procurador de carreira, formado em matemática e direito. É um grande secretário da Fazenda, mas o Paulo Guedes é muito bem-vindo, a gente trabalha junto com o atual secretário”, disse, em entrevista ao programa Balanço Geral, na TV Record. 

Pouco antes, Nunes negou que haveria loteamento político em um eventual novo governo. Segundo ele, a escolha dos secretários será exclusivamente sua e continuará com nomes técnicos. Mas ao ser perguntado sobre aceitar indicações de Bolsonaro, declarou que consideraria nomes com um perfil positivo.  

“Eu terei o secretariado técnico. Se [Bolsonaro] ele fizer alguma indicação, como fez do coronel [Ricardo] Mello [candidato a vice em sua chapa], se for um nome positivo, bom... Vamos supor que indique o Paulo Guedes para a Fazenda. É um nome bom. Concorda comigo? A gente tem essa transparência de dizer o seguinte: eu não fiz acordo de cargo com ninguém, com nenhum dos partidos, porque sei da minha responsabilidade, sei que serei eu o cobrado”, afirmou. 

Na entrevista, Nunes foi questionado também sobre o fato de Marçal ter vinculado o apoio no segundo turno a um pedido de desculpas pelos ataques feitos contra ele na campanha eleitoral. O atual prefeito enfatizou que, se o influenciador Pablo Marçal (PRTB) quer derrotar a “extrema esquerda” não há motivo para não apoiá-lo no segundo turno. 

“O que o Pablo Marçal dizia? Que ele só entrou na disputa para vencer Guilherme Boulos. (...) Não teria agora, dentro de uma linha de coerência, [como] ele [Marçal] não ser contra o Guilherme Boulos. E para ser contra Guilherme Boulos, precisa ser Ricardo Nunes. É óbvio, tem dois candidatos. (...) Não teria a menor razão de ser do Pablo Marçal não me apoiar se o objetivo maior dele é derrotar a extrema esquerda”, disse. 

Ele também criticou a "polarização" e rejeitou a ideia de transformar o segundo turno em São Paulo como uma disputa nacional entre o presidente Lula (PT) e Bolsonaro, já que eles não seriam responsáveis pelos problemas da cidade.  

“Quando você fizer uma matéria aqui no Balanço Geral e houver algum problema na cidade, você não vai cobrar nem o Lula e nem o Bolsonaro. Vai cobrar o prefeito. E espero que seja eu. Quem vai governar a cidade será o eleito agora no dia 27 [de outubro]. Então, essa questão dessa polarização, a gente só perde, não chega em lugar nenhum.” 

Ricardo Nunes ainda minimizou a ausência de Bolsonaro no primeiro turno da eleição e alegou que o ex-presidente estava focado em apoiar candidatos do PL em todo o país. Por outro lado, Nunes destacou a atuação ativa do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), um dos que apostaram na sua reeleição como prefeito da capital paulista.