O prefeito de Belo Horizonte e candidato à reeleição, Fuad Noman (PSD), afirmou neste sábado (26 de outubro) querer agora escrever um livro "sobre a maldade humana". A declaração foi dada quando o prefeito comentava os ataques que sofreu nesta última semana de campanha, concentradas na trama de seu livro "Cobiça".
Os ataques partiram do rival de Fuad na campanha de segundo turno pela capital, o deputado estadual Bruno Engler (PL). O prefeito, neste último dia de campanha, participou de ato na Praça da Liberdade chamado de "cãominhada", uma caminhada com cachorros e seus tutores.
"Estão falando do livro. Quem lê o livro não vê nada daquilo que estão dizendo. As pessoas são mal intencionadas. Achei bom porque está vendendo muito livro. Já me pediram para publicar uma segunda edição. Mas acho que agora vou escrever um livro sobre as maldades do ser humano", disse o prefeito.
Em trecho da publicação, é narrada cena de estupro de uma criança. Nesta última semana de campanha, o comitê de Engler explorou politicamente também o Festival Internacional de Quadrinhos realizado na capital que, conforme a campanha do deputado teria publicações impróprias para crianças. A prefeitura e a organização do festival rechaçam as acusações.
Em meio à polêmica sobre o livro, uma decisão judicial na quarta-feira (23 de outubro) determinou a suspensão de uma propaganda eleitoral do PL que estava sendo veiculado na rádio, na televisão e nas redes sociais sobre o assunto. O conteúdo foi considerado pela Justiça Eleitoral como uma insinuação de que o candidato do PSD endossa a prática de estupro de vulnerável ao tratar do tema no livro.
Ministro defende prefeito
O ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), participou do ato de campanha de Fuad na Praça da Liberdade e criticou os ataques ao aliado. "Isso ultrapassa a boa política, aquilo que nós mineiros sabemos fazer muito bem, que é o confronto de ideias para poder buscar soluções para os problemas reais da sociedade, e é o que todos esperam da gente", disse o ministro.
"Eu acho que está havendo um nível de delinquência por parte daqueles que tentam fazer e deturpar a opinião pública utilizando os meios inadequados para fazer campanhas eleitorais, e isso está sendo altamente repreendido pela Justiça brasileira", acrescentou Silveira.