Durante esta manhã de domingo (27 de outubro) de votação na Escola Estadual Governador Milton Campos, o Estadual Central, localizada na região Centro-Sul de BH, Clarice Afonso Coutinho, exerceu seu direito ao voto aos 100 anos de idade. Em entrevista a O TEMPO, a eleitora disse que considera o voto uma parte essencial do direito de expressão.
“Enquanto eu viver, eu vou votar, vou dar minha opinião. Faço questão de votar. Enquanto eu puder, eu venho”, afirmou.
Ao completar a idade mínima para votar, Clarice já pôde exercer o seu direito. No entanto, em 1924 - ano em que ela nasceu - as mulheres ainda não podiam votar. O voto feminino só foi incluído na Constituição a partir de 1934, quando Clarice já estaria com 10 anos.
Abstenção
Mesmo tendo o direito ao voto facultativo, a eleitora de 100 anos ainda escolhe ir às urnas e exercer seus direitos democráticos. No entanto, mesmo aqueles brasileiros que têm obrigação, por lei, de votar, muitas vezes, escolhem se abster.
No primeiro turno das eleições municipais, a média de abstenções em todo o Brasil foi de 21,68%. Este foi um número que a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia, considerou como alto, na ocasião.
Em Belo Horizonte, a taxa ainda foi acima da média nacional, sendo 29,54% de abstenções, o que trouxe à cidade o título de terceira capital que mais teve eleitores que não foram às urnas no primeiro turno. Na frente da capital mineira ficaram apenas Porto Alegre e Rio de Janeiro, que tiveram, respectivamente, 31,51% e 30,58%.
Anteriormente, O TEMPO apontou que, para a segunda fase das eleições, os candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte, Bruno Engler (PL) e Fuad Noman (PSD) focaram boa parte de suas campanhas na conquista de votos dos que se abstiveram no primeiro turno.
Fuad, inclusive, chegou a apontar que pretendia conseguir votos de eleitores acima dos 70 anos que têm o direito ao voto facultativo. “São pessoas esclarecidas, inteligentes, que já construíram muito, mas que acabam entregando o voto para uma pessoa que não tem a mesma experiência”, disse o candidato apelando para a experiência dessa parcela da população.
Além de Fuad, Engler também investiu boa parte da sua campanha nos eleitores que não votaram. “Entendo que a forma de atraí-los é apresentar nossas propostas, nossos projetos para Belo Horizonte, mostrar os problemas da cidade e da atual gestão e mostrar que a oportunidade de mudança está comigo”, explicou o candidato sobre a sua estratégia.