BRASÍLIA - A Polícia Federal deflagrou uma operação nesta sexta-feira (4) para tentar desmantelar o plano de um grupo que visa manipular os votos de eleitores em parte do Ceará, com compra de votos e uso de violência. Na ação, foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão em Fortaleza, Canindé e Choró.

Esse grupo, composto por familiares e outras pessoas próximas, estaria oferecendo vantagens materiais e financeiras, com uso de recursos ilícitos oriundos de contratos fraudulentos com prefeituras, para financiar campanhas eleitorais de candidatos a vereador e prefeito. A PF não divulgou nomes dos investigados nem dos candidatos que seriam beneficiados pelos crimes eleitorais

A PF informou apenas que a investigação começou com a apreensão de R$ 600 mil em espécie com um indivíduo vinculado ao grupo, dinheiro esse que supostamente seria usado para a compra de votos. Em seguida, os depoimentos, apreensões e relatórios policiais indicam que o grupo tentou influenciar o processo eleitoral em outros municípios do Estado.

Quatro são presos por exigir voto em troca de exames médicos

Ainda no Ceará, mas na quinta-feira (3), quatro pessoas foram presas por suspeita de envolvimento em um esquema de troca de exames médicos por votos  em Juazeiro do Norte, na região do Cariri.

Segundo a PF, a ação foi desencadeada após denúncias que levaram à identificação da prática ilícita no município. Os suspeitos foram detidos e, após prestarem depoimento, foram liberados mediante pagamento de fiança.

Compra de voto por R$ 800, combustível e promessa de emprego em prefeitura

Também nesta sexta-feira, a PF deflagrou uma operação para apurar denúncia de que uma servidora municipal estaria oferecendo R$ 800 por voto em determinado candidato a prefeito em Caraíbas, na Bahia, além de emprego na administração municipal em caso de vitória do político.

Agentes cumpriram três mandados de busca e apreensão no município do sudoeste baiano, que tem pouco mais de 10 mil habitantes, e colher provas sobre o caso. 

A investigação foi iniciada pelo Ministério Público Eleitoral, que recebeu a denúncia do fato criminoso, com áudios em que uma suposta servidora pública de Caraíbas oferece R$ 800 a um eleitor para que ele votasse em certo candidato a prefeito, também prometendo, caso o candidato vencesse as eleições, conseguir um emprego para o eleitor.

Nos áudios é possível ouvir que o acordo foi pagar o valor em duas parcelas de R$ 400. A suposta servidora da prefeitura ainda diz que, caso o eleitor soubesse de outras pessoas interessadas, também poderia indicar a ela. 

Os interlocutores comentam também sobre o fornecimento de combustível e pagamento de passagens para que eleitores residentes em outras cidades se dirijam até Caraíbas para votar.

Há indícios do envolvimento de outro servidor da prefeitura. A PF cumpriu um dos mandados de busca contra ele, que supostamente também estaria negociando com eleitores os valores para compra dos votos.

As condutas investigadas podem se enquadrar nos crimes de compra de votos, previsto no Código Eleitoral. A pena é de até 4 anos de prisão e pagamento de multa; e de captação ilícita de sufrágio, com incidência de pena de multa e de cassação do registro ou do diploma.

O material apreendido será analisado e a investigação continuará, com implementação de outras diligências, para apurar a eventual participação de outros agentes nos fatos delituosos.

Quais são os números dos candidatos nas Eleições 2024?

Quer conhecer todos os políticos que concorreram ao pleito? Confira a lista de candidatos a prefeito e vereador de todas as cidades do Brasil nestas Eleições 2024. Em nossa página especial, vamos mostrar os números dos candidatos e suas propostas de campanha, além de dados especiais.

Como acompanhar a apuração dos resultados das Eleições 2024?

O Tempo terá uma plataforma especial de apuração dos resultados das Eleições 2024. Assim que a contagem dos votos tiver início, às 17h do domingo, 6 de outubro, iremos lhe avisar sobre como está a apuração em sua cidade. Saiba como habilitar as noticações clicando aqui.