A ex-secretária de Planejamento e Gestão do governo Romeu Zema (Novo), Luísa Barreto, tem sido cotada como uma das favoritas para ser a vice do deputado estadual e pré-candidato a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), Mauro Tramonte (Republicanos). O nome de Luísa, que também é pré-candidata, mas está atrás nas pesquisas de intenções de voto, ganhou força após as negociações entre o Republicanos e o Novo avançarem nos últimos dias.

Os rumores de uma possível aproximação ganharam força nessa quinta-feira (25/7) depois que o Novo anunciou a mudança da data de convenção do partido marcada inicialmente para acontecer neste fim de semana. A nova reunião da legenda foi adiada para o próximo sábado (3/8), na mesma data em que acontecerá a convenção do Republicanos. A expectativa é que Tramonte anuncie seu vice no dia do encontro.

As conversas entre o Novo e o Republicanos têm acontecido já há algum tempo, mas auxiliares de Tramonte têm alongado as discussões e mantido na manga algumas opções de aliança antes de bater o martelo na decisão. Interlocutores do partido ponderam que ainda há negociações em curso com outros nomes, mas admitem que a conversa com Luísa é a que mais tem avançado.

Oficialmente, dirigentes de ambos os partidos negam uma eventual aliança. O presidente municipal do Novo em Belo Horizonte, Frederico Papatella ressalta, inclusive, que a legenda está conversando com outras siglas para encontrar um vice para chapa da ex-secretária. A princípio, o ex-deputado federal, Lucas Gonzalez (Novo) era cotado para ser o vice de Luísa Barreto, mas, conforme apurou a reportagem, ele não deve seguir na disputa.

Procurada, a equipe de Tramonte também nega qualquer composição e diz que segue conversando com vários partidos. Nos bastidores, o nome de Luísa é mantido em "banho-maria" por alguns integrantes do partido já que algumas movimentações, na avaliação de alguns auxiliares de Tramonte, podem mudar os rumos das negociações. 

Articulação. A chegada de Luísa à chapa encabeçada por Tramonte agrada a uma ala do Republicanos, que, já há algum tempo, defende internamente uma aproximação institucional entre o partido e o Novo. Não à toa a legenda ligada à Igreja Universal está na base do governo Zema na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

O desejo do Republicanos em ter Luísa como candidata a vice de Tramonte é antigo, mas, até agora, interlocutores do partido eram cautelosos ao comentar uma eventual aliança em razão da postura da ex-secretária, que sinalizava por meio das críticas ao prefeito Fuad Noman (PSD) que não abriria mão da pré-candidatura à prefeitura.

Sob reserva, um dos líderes do Republicanos, por exemplo, se referiu às conversas como "namoro". Segundo ele, para virar "casamento", as duas partes precisam estar de acordo. A avaliação entre os quadros do partido era de que faltava ao Novo decidir se manteria a pré-candidatura de Luísa ou faria qualquer composição.

A pressão do governo Romeu Zema por uma composição pode ter influenciado a decisão do Novo, já que o Palácio Tiradentes estaria defendendo uma aliança, pensando nas eleições de 2026. O vice-governador Mateus Simões (Novo) tem pretensões de ser candidato à sucessão de Zema, e, em 2022, o Republicanos apoiou o senador Carlos Viana, à época no PL, e não o governador.

Procurado, Frederico Papatella garante que a pré-candidatura de Luísa está mantida e argumenta que a mudança da convenção do partido ocorreu devido a questões burocráticas e para que o governador Romeu Zema (Novo) e o vice-governador, Mateus Simões (Novo), possam comparecer à agenda.

"Queremos ir para a convenção com todos os documentos dos pré-candidatos 100% corretos e validados pelo diretório Nacional. O partido está lançando mais de 7 mil candidatos em todo o Brasil. Nossos documentos estão ok, mas estava com receio de não ter a validação do partido até esta sexta. Escolhemos o próximo sábado para termos a presença do governador, Romeu Zema e do vice-governador, Mateus Simões. Ao longo da próxima semana não teríamos a presença de ambos", justificou o dirigente.