BRASÍLIA — Após trocas de farpas e ofensas nas redes sociais, o vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (Republicanos), e o candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PRTB, Pablo Marçal, fizeram as pazes na noite desta quarta-feira (29). A reconciliação foi mediada pelo deputado federal mineiro Nikolas Ferreira (PL).
Por meio de uma publicação no X, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que conversou com ex-coach, que foi “muito educado e bacana”. Carlos acrescentou que ambos esclareceram suas divergências e perceberam que compartilham o mesmo objetivo em relação ao futuro do Brasil. Ele finalizou dizendo que saiu com o “coração mais leve”.
“Falamos sobre o 7 de setembro, censura e tudo que o país vem atravessando já há muito tempo. Outro ponto focal em que fiz questão de frisar é que não existe a formação de um gabinete direcionado para nenhum tipo de ação e que ambos sofremos cobranças naturais no processo em que estamos dispostos a atravessar (...)”, escreveu.
O post do vereador do Rio foi republicado por Marçal. Durante participação no podcast Flow, o candidato à Prefeitura de São Paulo também comentou sobre a conversa: “Hoje foi a primeira vez que eu falei com ele no telefone. Um amigo nosso, o Nikolas me ligou e disse: ‘Você topa falar com ele?’ Eu disse: ‘Topo’. Resolvemos o nosso problema. Já deve ter postado. Está resolvido”.
Por meio do perfil no X, Nikolas disse que resolveu intermediar o impasse porque viu um “conflito sem sentido começando”, em que “ninguém ganharia”. “E me envolvi pra apaziguar a situação. Acredito que precisamos focar no inimigo em comum: a esquerda. Que SP e outras capitais do país façam a escolha que fortalecerá o Brasil e os brasileiros”.
A briga
Jair Bolsonaro anunciou apoio à reeleição do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). E, desde que Marçal começou a crescer nas pesquisas de intenção de votos, o ex-presidente vinha reiterando publicamente que rejeitava o ex-coach. A ascensão do candidato do PRTB era vista como uma possível ameaça à atual hegemonia do bolsonarismo no campo da direita na maior cidade do país.
Além de Jair Bolsonaro, seus filhos também travaram embates com Marçal. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) chamou o candidato de “arregão” por ter cancelado uma entrevista com um influenciador bolsonarista, enquanto o vereador Carlos Bolsonaro ameaçou processá-lo por supostas mentiras. Carlos ainda sugeriu ao eleitor bolsonarista que não confiava em Ricardo Nunes que votasse na candidata Marina Helena (Novo).
Marçal, por sua vez, não recuou e fez cobranças públicas a Bolsonaro por meio das redes socias. Ao comentar um post do ex-presidente e não ficar satisfeito com a resposta que recebeu, o empresário cobrou que o político do PL devolvesse o dinheiro que ele investiu na campanha em 2020.
“Coloquei 100 mil reais na sua campanha pra presidente, te ajudei nas estratégias digitais, fiz você gravar mais de 800 vídeos no Planalto. Entrei pra lista de investigados da PF [Polícia Federal] por te ajudar. Se não existe o ‘nós’, seja mais claro. Entendo sua palavra ao Valdemar Costa Neto, mas a honra e a gratidão são frutos de um homem sensato”, disse à época.