BRASÍLIA. Encerrado nesta segunda-feira (5) o prazo para as convenções partidárias, os principais postulantes à prefeitura de São Paulo no pleito de outubro já definiram seus vices. Entre os escolhidos, estão quadros tradicionais da política paulistana, assim como nomes ainda desconhecidos do eleitorado.

Coronel Mello

O prefeito Ricardo Nunes (MDB), que tentará a reeleição, terá como vice Ricardo de Mello Araújo, conhecido como Coronel Mello (PL). A indicação veio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), amigo do militar e principal padrinho político do emedebista.

Coronel Mello foi comandante da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), a “tropa de choque” da Polícia Militar de São Paulo. Ele assumiu o cargo em 2017, na gestão do então governador Geraldo Alckmin (PSB), e ficou até o início de 2019. Durante o período, causou polêmica ao defender que a abordagem policial deve ser diferente em bairros nobres e na periferia.

Já entre 2020 e 2023, foi presidente da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp). Desde 2019, tem se aproximado do ex-presidente, a quem declarou apoio logo no início da campanha eleitoral do ano anterior.

Marta Suplicy

A ex-prefeita Marta Suplicy (PT) será a companheira de chapa do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL). Fundadora do PT em São Paulo, Marta disputa eleições desde 1994, quando foi eleita deputada federal. Em 2000, foi eleita prefeita de São Paulo, mas não conseguiu se reeleger quatro anos depois.

De 2007 a 2008, foi ministra do Turismo no primeiro governo Lula e dois anos depois, elegeu-se para o Senado. Durante o governo Dilma Rousseff, também foi ministra da Cultura.

Porém, Marta chegou a romper com o PT em 2015. No ano seguinte, apoiou o processo de impeachment de Dilma e se filiou ao MDB, legenda na qual permaneceu até o início deste ano. Chegou a comandar a Secretaria de Relações Internacionais nas gestões de Bruno Covas e Ricardo Nunes, até decidir compor a chapa de Boulos.

José Aníbal

Nome histórico do PSDB paulista, José Aníbal foi o escolhido por José Luiz Datena (PSDB) para compor sua chapa à prefeitura da maior cidade do país. Atual presidente do diretório municipal do partido, foi deputado federal por cinco mandatos e senador por dois momentos, como suplente de José Serra.

Exilado nos anos 1970, durante a ditadura militar, Aníbal se filiou em 1990 ao PSDB. Também foi secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, na gestão de Mário Covas e presidente do PSDB em 2001. Já em 2016, presidiu o Instituto Teotônio Vilela, centro de estudos considerado o “braço ideológico” do partido.

Antonia de Jesus

Tentando se colocar como um “outsider” nessas eleições, Pablo Marçal (PRTB) terá como vice-prefeita Antonia de Jesus (PRTB). Policial há 23 anos, ela atua hoje no batalhão da 3ª companhia do 49º Batalhão da Polícia Militar Metropolitano e é moradora da Zona Noroeste da capital paulistana.

Na convenção que formalizou a candidatura de Marçal, no domingo (4), Antonia insinuou que jovens abortam pela “falta de ocupação”. “ As jovens precisam ter o que fazer, pois ficam à toa, sem ter o que fazer, aí começam relacionamento muito cedo. Aí, não preciso terminar de concluir".

Lúcia França

Em mais uma chapa “puro-sangue”, a deputada Tabata Amaral (PSB) formará uma chapa 100% feminina com Lúcia França (PSB). Professora, é filiada ao PSB desde 1988, partido do qual foi militante.

Lúcia é esposa do ministro Márcio França. Foi presidente do Fundo Social de Solidariedade no município de São Vicente de 1997 a 2004, quando a cidade tinha França como prefeito.

Foi primeira-dama de São Paulo em 2018, quando presidiu o Fundo Social do Estado de São Paulo, órgão tradicionalmente comandado por quem ocupa o posto. O Fundo é responsável por instituir políticas sociais para pessoas em vulnerabilidade social. Já em 2022, foi candidata a vice-governadora na chapa de Fernando Haddad (PT).