As eleições em Coronel Fabriciano, Vale do Aço, colocam frente a frente o prefeito e presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM), Marcos Vinícius Bizarro (PSDB), e a sua ex-esposa, Dra. Stella Nunes (MDB). Insatisfeita com a escolha de Bizarro em apoiar o vice-prefeito, Sadi Lucca (PL), Stella, que participou da campanha do ex-marido à reeleição há quatro anos, briga, agora, pela sucessão da prefeitura.    

Apesar de enfrentar o candidato apoiado pelo ex-marido, Stella se apresenta em peças eleitorais como uma alternativa de continuidade. Stella, que tem como mote “Nada está tão bom que não possa melhorar”, defende que a chapa encabeçada por ela é a “opção sólida”. “Nós queremos continuar o propósito lá de trás, quando eu era casada (com Bizarro). Por isso, coloquei o meu nome. A opção que o governo coloca é infeliz, porque não consegue fazer gestão que Fabriano precisa e necessita”, aponta.

Incomodada com as propagandas de Stella, a coligação de Sadi, “Fabriciano no caminho certo”, ajuizou uma representação ao Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) para acusá-la de utilizar de forma indevida a imagem de Bizarro. Para o candidato apoiado pelo prefeito, a adversária estaria tentando “causar um estado anímico falso no eleitorado fabricianense, tentando induzir o eleitor a erro, iludindo-o indevidamente no sentido que o atual prefeito apoia a sua candidatura (dela)”. 

A 97ª Zona Eleitoral de Coronel Fabriciano, então, determinou, na última sexta-feira (30 de agosto), que Stella removesse das redes sociais uma peça em que está ao lado de Bizarro durante a campanha de 2020. A pediatra, por sua vez, nega que tenha utilizado irregularmente a imagem do ex-marido. “Eles estão querendo calar a minha voz e apagar a minha trajetória. Eu não falo que sou mulher dele. Eu até tenho um post em que digo que sou a ex-mais amada de Fabri. (...) Eu só postei a foto porque faz parte da minha história”, se defende.

Um dia antes, Bizarro reiterou, publicamente, em um vídeo intitulado “Minha mulher não é candidata”, que apoia a candidatura de Sadi. “Fui parado ontem na rodoviária. Essas pessoas bandeirando, da oposição, e abri a janela. Duas meninas chegaram, bem simpáticas, bem educadas, e jogaram um papel para mim e falaram: ‘Vote na mulher do prefeito, porque a mulher do prefeito vai continuar o serviço do prefeito’. Quando ela terminou de falar, eu disse que a minha mulher não é candidata”, frisou o prefeito.

As desavenças entre Stella e Bizarro, que foram casados por 18 anos e se separaram durante o primeiro mandato do prefeito, se iniciaram ainda durante a pré-campanha. Quando a pediatra confirmou a pré-candidatura à Prefeitura de Coronel Fabriciano, o presidente da AMM a exonerou da direção técnica do Hospital Doutor José Maria de Morais. “Fui ameaçada por ele que eu seria demitida e, de fato, foi eu dar a entrevista (falando que seria candidata) que fui demitida”, acusa a pediatra. 

Quando Bizarro se candidatou pela primeira vez à Prefeitura de Coronel Fabriciano e foi eleito, em 2016, Stella chegou a tentar uma cadeira na Câmara Municipal. À época filiada ao Mobiliza e ainda casada com o presidente da AMM, a pediatra teve 0,26% dos votos válidos, ou seja, 153 votos, e não foi eleita, ficando como suplente. Agora, ela volta a se candidatar, em uma chapa que tem o empresário Diego Motta (Agir) como vice.

O Aparte entrou em contato com Bizarro, por ligações e por mensagens, e com a campanha de Sadi, também por ligações e mensagens, e aguarda o retorno. Tão logo se manifestem, o posicionamento será acrescentado na reportagem. O espaço segue aberto.