A maior parte dos eleitores de BH entrevistados está insatisfeita com a gestão dos governos federal e estadual, aponta a quarta rodada da pesquisa DATATEMPO, que traça o cenário para as eleições no município. Segundo o levantamento, 49,8% dos entrevistados desaprovam o trabalho do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto outros 41,4% o aprovam. Por outro lado, a atuação do governador Romeu Zema (Novo) à frente do governo de Minas é desaprovada por 48,7% dos eleitores, e os que a aprovam somam 40,8%. A margem de erro é de 2,83 pontos percentuais para mais ou para menos.
Os índices de aprovação e desaprovação do governo Lula oscilaram apenas dentro da margem de erro, na comparação com a rodada anterior da DATATEMPO, divulgada em julho (TRE-MG: 02187/2024). Na ocasião, 52,9% avaliavam negativamente a gestão petista, ao passo que 38,8% a elogiavam. O mesmo ocorre no caso da administração estadual: segundo a última pesquisa, 44,7% aprovavam o trabalho desenvolvido por Zema, enquanto 44,7% davam parecer negativo.
No entanto, a cientista social Bruna Assis, analista de pesquisas da DATATEMPO, ressalta que, “após um período de opiniões divididas entre junho e julho deste ano, o governo estadual passou a ser mais desaprovado pelos eleitores de Belo Horizonte, marcando a primeira vez que isso ocorre desde setembro de 2023”, quando o instituto começou a medir a avaliação dos governos.
O levantamento divulgado em setembro passado (sem registro no TRE-MG, por ter sido realizado fora do ano eleitoral) mostrava que o governo Zema era aprovado por 61,1% dos eleitores de BH e desaprovado por 32,9%. Na rodada seguinte, de abril (TRE-MG: 02336/2024), as avaliações positivas caíram 11,5 pontos percentuais, chegando a 49,6%, e as negativas chegaram a 41,9%. Nas rodadas de junho e julho (TRE-MG: 06115/2024 e 02187/2024), os resultados apontaram que as opiniões do eleitorado estavam mais divididas, uma vez que os indicadores de aprovação e desaprovação passaram a empatar tecnicamente, dentro da margem de erro.
No caso do governo Lula, a série histórica da DATATEMPO indica que o presidente perdeu popularidade desde setembro, quando era aprovado por 52,3%. No entanto, de lá para cá, “a percepção sobre o governo federal tem permanecido estável, com uma predominância de desaprovação entre os eleitores de BH”, observa Bruna. A maior diferença entre os percentuais de aprovação e desaprovação da gestão federal ocorreu em julho, quando a distância entre as avaliações positivas e negativas chegou a 14,1 pontos.
Registro
A DATATEMPO foi contratada pela Sempre Editora. Os dados foram coletados entre 7 e 11 de agosto de 2024. Foram realizadas 1.200 entrevistas domiciliares. A margem de erro é de 2,83 pontos percentuais para mais ou para menos. O intervalo de confiança é de 95%. A pesquisa foi registrada: TRE-MG 08627/2024.
Percepção sobre a PBH segue positiva
A percepção do eleitorado sobre a gestão da Prefeitura de BH se mantém estável, com a aprovação da maior parte dos eleitores, revela a DATATEMPO. Segundo o levantamento, 45,9% dos entrevistados avaliam positivamente a administração municipal, enquanto 36,6% a desaprovam. Os percentuais oscilam apenas dentro da margem de erro, na comparação com a rodada anterior (TRE-MG: 02187/2024), de julho, quando 46% aprovavam o governo de Fuad Noman (PSD) e 38,7% o desaprovavam.
Apesar do cenário de estabilidade nos últimos meses (veja mais no quadro), a popularidade da PBH cai se analisada toda a série histórica, iniciada em setembro de 2023. No primeiro levantamento (sem registro, por ter sido realizado fora do ano eleitoral), a gestão de Fuad Noman era aprovada por 56,8%, 10,9 pontos a mais do que o índice atual.
A DATATEMPO também aponta que o atual prefeito não conseguiu ampliar o nível de conhecimento: 53% dos entrevistados não sabem que Fuad é o chefe do Executivo. Os que acertaram o nome do mandatário somam 47%. Os índices oscilaram dentro da margem de erro na comparação com o levantamento anterior. “É importante destacar que a dificuldade de identificar Fuad Noman como prefeito ainda é bastante significativa, especialmente entre os mais jovens, com menor escolaridade e de baixa renda”, avalia Bruna Assis, analista da DATATEMPO.