BRASÍLIA - No primeiro debate do segundo turno entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, nesta segunda-feira (14), na Band, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o deputado federal Guilherme Boulos (Psol) trocaram acusações sobre o apagão que atinge a cidade desde a última sexta-feira (11). Mais de 1 milhão de pessoas já foram afetadas.

Em sua primeira fala, Boulos prometeu “trabalhar para tirar” a concessionária Enel da cidade e disse que a atual crise tem dois culpados: a empresa e o prefeito Ricardo Nunes, “porque não fez o básico, a lição de casa: poda de árvore, manejo arbóreo”.

“A cidade fica refém dessas duas incompetências: a Enel e o prefeito. Vou trabalhar durante quatro anos na zeladoria, não só em época de eleição, e garantir dinheiro para poda. E melhorar o serviço via telefone, permitir que o pedido de poda seja feito via aplicativo e respondido em até 1 mês”, prometeu Boulos.

Nunes também criticou a Enel e classificou como “inaceitável” a atuação da empresa, mas culpabilizou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), aliado de Boulos, por ainda não ter rescindido o contrato de concessão com a prestadora do serviço.

“Inaceitável que o governo federal, que detém a concessão, regulação e fiscalização, não tenha feito nada. Isso desde novembro do ano passado [quando houve outro grande apagão]. Entrei com três ações judiciais contra a Enel. Fui até Brasília pedir a rescisão do contrato [...] e a Enel continua aqui”.

Nunes acrescentou que os prefeitos “não têm ação contra a Enel” e que Boulos, como deputado federal, “não fez nada para alterar a lei federal que cuida desse tema”.

“Você não faz poda de árvore e o culpado é o Lula. Você tem que assumir a sua responsabilidade. É feio não assumir a responsabilidade, você errou. O presidente da Aneel [Agência Nacional de Energia Elétrica] foi indicado pelo [Jair] Bolsonaro e não fez a revisão do contrato da Enel”, rebateu Boulos.