BRASÍLIA - O deputado federal Abilio Brunini (PL) foi eleito prefeito de Cuiabá, capital do Mato Grosso, neste domingo (27). Ele derrotou o deputado estadual Lúdio Cabral (PT) em uma campanha de segundo turno marcada pela polarização.

Os candidatos contaram com o apoio dos dois principais rivais políticos do país nessas Eleições de 2024: o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que apoiou Brunini, e o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que respaldou Lúdio.

Eles deixaram de fora da disputa o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Eduardo Botelho (União Brasil), que era tido como o favorito por ter o apoio da maioria dos vereadores e deputados estaduais, além do governador Mauro Mendes (União).

Nos bastidores, o sucesso do deputado federal na conquista da prefeitura da capital mato-grossense é atribuído ao apoio do ex-presidente. Na cidade, Bolsonaro obteve 61,5% dos votos no segundo turno de 2022, enquanto Lula ficou com 38,5%.

Confira a trajetória de Abilio Brunini

Abilio Brunini, de 40 anos, é natural de Cuiabá e possui formação em arquitetura e urbanismo. Casado e pai de dois filhos, entrou na política com um forte discurso em defesa da família e dos valores cristãos. A trajetória política dele começou em 2016, quando foi eleito vereador de Cuiabá pela primeira vez, representando o Partido Social Cristão (PSC).

Em 2020, Brunini se lançou na disputa pela prefeitura de Cuiabá pelo Podemos, e chegou a ficar primeiro lugar no primeiro turno. No entanto, enfrentou uma batalha acirradano segundo turno foi derrotado pelo atual prefeito da cidade, Emanuel Pinheiro (MDB), que na época foi reeleito com 51,17% dos votos válidos.

Dois anos depois, em 2022, ele foi eleito deputado federal com a maior votação da cidade, alcançando quase 42 mil votos. Fortalecido com discurso em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, sua atuação na Câmara dos Deputados tem sido marcada por diversas polêmicas, incluindo processos no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa.

Durante uma sessão da Comissão de Legislação Participativa (CLP) que discutia a visão palestina sobre a guerra com Israel, Brunini gerou confusão ao acusar os convidados de apoiarem o grupo terrorista Hamas. Seu discurso agressivo levou à interrupção do debate, quando ele declarou: "Quem governa a Faixa de Gaza é o Hamas. Tenham vergonha e assumam isso".

Com fama de bardeneiro, o deputado também foi um dos protagonistas da CPMI que investigou os atos de 8 de janeiro em Brasília. Seu comportamento resultou em expulsões de sessões, devido a constantes interrupções nas falas de outros parlamentares e ao desafio às ordens do presidente da comissão, Arthur Maia (União Brasil-BA).

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